Fugas - hotéis

  • João Morgado
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O aconchego de luxo no Minho que resgatou a memória às ruínas

Na viragem do século XIX para XX, as mudanças económicas agitavam a ordem no país. O avô paterno dos agora donos era homem endinheirado a quem toda a zona norte da freguesia pertencia e que chegou até a ter negociada a Quinta de Azevedo — cuja compra só não se concretizou pela polémica falência do Banco do Minho nesse início de século, após a crise de 1929. 

A Quinta de Gomariz não era residência do dia-a-dia para os Silva Couto. Quando o pai de José Manuel e José Carlos herdou o espaço também não se instalou lá. Advogado, político, homem de vida agitada, Aristides Couto mandou construir uma casa a uns estratégicos quatro quilómetros, em frente à escola primária onde a esposa dava aulas. Na quinta, onde chegaram a trabalhar mais de 40 pessoas, produzia-se vinho e milho (fruta também, mas apenas para consumo). A família passava ali férias e fins-de-semana felizes. 

Assim foi até há 30 anos, quando a quinta começou a ficar progressivamente esquecida. Depois da morte de Aristides Couto, há cerca de 20, “a degradação foi vertiginosa”, conta o filho. “Via aquilo a acontecer e já não aguentava mais. Foi aí que pensei: ou recupero isto ou nunca mais volto.” 

Recuperou. 

E agora não quer parar. Já este ano, há novas valências para acrescentar ao hotel. Primeira e mais importante: construir uma adega própria e passar a produzir os verdes Loureiro e Escolha — marcas essenciais e particularmente acarinhadas pelos donos — na própria quinta. Há mais: está pensado um espaço de equitação, talvez com aulas, cestas de piqueniques para casais e famílias desfrutarem da mata. E outras ideias ainda a marinar e na pasta “segredo do negócio”. O caminho, dizem, é num sentido único: o de tornar a visita ao Torre de Gomariz cada vez mais numa “experiência”. Inesquecível. 

Guia prático

Como ir

Pouco mais de uma hora separa o Porto de Cervães, a pequena freguesia do concelho de Vila Verde. Não há que enganar: apanhe a A3 até Braga e, ao chegar à cidade, está já a apenas dez minutos do hotel. Entre na N103 e logo de seguida na N205. Na verdade, basta estar atento às placas com a indicação Torre de Gomariz. Estão bem visíveis. Quem sai de Coimbra — como o administrador do hotel — tem uma viagem de duas horas pela frente, pela A1 até ao Porto e depois seguindo as mesmas indicações. De Lisboa, a lógica mantém-se e as previsões apontam para 3h47m de viagem.

Onde comer

Papas de sarrabulho, rojões à moda do Minho, arroz de cabidela, cozido. No Minho nunca se come mal — e convém ir de estômago vazio. Em Braga, pare no Velhos Tempos (garantimos que não se vai arrepender!). No Expositor há também garantia de bom serviço. Estando no hotel, não deixe de experimentar o restaurante Gomariz. Os preços estão ao nível de um cinco estrelas, mas todo o jantar é uma experiência. Há menus de degustação a partir dos 65€ por pessoa e, para um momento especial a dois, existe a possibilidade de ser servido na torre medieval, por 125€. As crianças têm um menu especial por 16€. Só para abrir o apetite: pode escolher entre bochechas de porco ibérico estufadas em redução de vinho tinto, puré de castanha, cenoura baby, chalotas e crocante de maça~ (21€), robalo aromatizado com manteiga de especiarias servido com puré de couve-flor, legumes e gambas (22 €) ou, para adoçar, uma pannacotta de café com crumble e confitado de laranja (9€). Nos vinhos, escolha os da casa Torre de Gomariz Loureiro ou Escolha. 

Nome
Torre de Gomariz
Local
Vila Verde, Cervães, Av. Sobral-Castelo, 76
Telefone
253 929 160
Website
www.torredegomariz.com/torre-de-gomariz-vila-verde
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