Pelo interior, a luz é usada sabiamente e percebe-se que a ideia passa por criar ambientes acolhedores e ao mesmo tempo pouco intimistas, não criando dessa forma nenhum tipo de sentimento constrangedor. Com uma paleta de tonalidades de bege, ferrugem e azul turquesa, qualquer espaço por onde nos passeamos é airoso e espartano, quer no mobiliário quer na decoração. O facto, porém, de não haver elementos decorativos em excesso não torna menos imponentes os que foram seleccionados para integrar o espólio do hotel. Bem pelo contrário. É talvez por não termos de lidar com o ruído do excesso de informação que tantas vezes nos invade à entrada de uma unidade hoteleira que temos tempo de sobra para absorver todo e qualquer detalhe. A começar pelos enormes candeeiros, projectados pela marca portuguesa Mood, que nos obrigam a pôr o nariz no ar.
Ainda no lobby já se consegue antever o que se poderá encontrar nos aposentos. Um pouco por todo lado evidencia-se o uso de madeira, um registo que mostra a vontade de levar para dentro do hotel as árvores que dão nome à zona lisboeta. Mas este desejo acabaria por não se limitar ao uso daquele material. Um pouco por todo o hotel encontramos o desenho das folhas das árvores. Como nas serigrafias nos vidros que separam as várias salas do restaurante Flôr-de-Lis, onde nos deliciámos com o famoso brunch que, todos os domingos, parece transformar o hotel numa festa.
Mas o que torna a chegada a este cinco estrelas verdadeiramente singular é a forma simpática e familiar com que se é acolhido, uma maneira de estar entre o descontraído e o formal defendida nos hotéis com o selo Sana e que parece hoje ser uma espécie de cartão-de-visita dos mesmos. Não há funcionário que vire a cara nem pedido que não seja atendido (ou pelo menos há sempre tentativa disso) de forma expedita.
Pelos quartos volta a imperar a sobriedade cosida a ferrugem e turquesa, com Lisboa a entrar-nos pelo ninho adentro através do enorme envidraçado — apenas a lamentar a curta abertura de janela, mas um requisito neste género de aposentos.
Além disso, como hotel de cidade que é, dedicando-se ao segmento dos negócios, há tudo o que se possa precisar para transformar o quarto num escritório improvisado, mas bem apetrechado: mesa, ligações, sistema de som, Internet gratuita e, não menos importante, máquina de café. Na casa de banho, os produtos primam pela qualidade e, no que diz respeito a conforto, não houve quaisquer poupanças: a roupa de cama, explicam, é 100% algodão de 300 fios, as almofadas (há menu, mas ficámos satisfeitos com as existentes) lembram nuvens e o colchão molda-se ao nosso corpo de tal maneira que nos leva a dormir bem para lá da hora. E razões para acordar cedo não faltam, não fosse o pequeno-almoço digno de ser chamado de banquete.
Mas, de brunch marcado, preferimos deixar os sonhos esfumarem-se só depois de o sol ir alto, para depois nos dedicarmos a explorar o hotel e a prepararmo-nos para a miríade de gulodices que se segue. Para tal nada melhor que uma visita ao Sayanna Wellness que se espraia pelos 1700m2 do piso -1. Por aqui, há centro de fitness equipado com modernas máquinas e onde se pode completar uma sessão de treino. O relaxamento chega com um banho turco, um tempo na sauna ou umas braçadas na piscina interior (esta última, já se sabe: se o tempo estiver a favor é de trocá-la pela concorrente ao ar livre no topo do hotel). Há ainda um completo menu de tratamentos que se aconselha experimentar — já o fizemos e não nos arrependemos. Da mesma maneira, damos esta experiência por concluída com a certeza que o nome escolhido para o hotel não poderia ser mais apropriado.
- Nome
- EPIC SANA Lisboa Hotel
- Local
- Lisboa, Lisboa, Av. Engenheiro Duarte Pacheco, 15
- Telefone
- 211 597 300