Em Setembro de 2006, aquando da abertura do Pitch Club, o espaço representava também uma aposta. "A Baixa é um sítio com futuro", afirmava então ao PÚBLICO Pedro Tenreiro, que entretanto saiu do projecto. O tempo deu-lhe razão: nos anos seguintes, o centro da cidade começou a fervilhar, com novos bares e espaços de lazer a surgir, sobretudo na zona dos Clérigos. Concorrência acrescida para o "club" da Rua de Passos Manuel, junto ao Ateneu Comercial? Pelo contrário, garantem Ricardo Gomes e Miguel Valente, da gerência do Pitch, ambos do Porto: "Para nós só tem melhorado. Dizemos sempre ''Eles que abram''".
"São bares diferentes, que têm mobilizado as pessoas do Grande Porto para a Baixa. Está a ficar um centro muito interessante à noite. O Porto não tinha isso - inexplicavelmente, porque tem das baixas mais lindas", diz Ricardo Gomes, convencido que o sucesso dos vários novos espaços se deve à especificidade de cada projecto, cada um com a sua "identidade". O Pitch não se queixa: por noite, recebe "uma média de 500 pessoas". Recentemente, Ricardo e Miguel detectaram a presença de "muitos espanhóis", atraídos, talvez, pela nova noite da Baixa ou pelo Ikea de Matosinhos.
O Pitch não é "só" um espaço. São dois, com lógicas e programações "totalmente distintas", mas unidos por um "casamento muito simpático", diz Ricardo Gomes: no primeiro piso, encontramos preguiçosos sofás de couro, amplas janelas com vista para a rua, um candeeiro de cristal sobre o bar e outros elementos decorativos "vintage" (com destaque para as décadas de 1950 e 60); no rés-dochão, está uma zona inteiramente devotada à dança. Uma sala de estar e um "club", portanto, que convivem harmoniosamente.
A selecção musical segue esta lógica. No rés-do-chão desfilam várias vertentes da música electrónica de dança, do house ao electro. No outro piso, "fica tudo o que não é electrónica": funk, world music, soul, entre outros estilos. Mas, durante as noites (que duram até às primeiras horas da manhã), "em alturas diferentes, as pessoas passam pelos dois pisos", descreve. O duo alemão de tecno e arredores M.A.N.D.Y., o também alemão Phonique, do campo da house, e o francês Kid Loco são alguns dos nomes que passaram este ano pelo Pitch.
Na programação mensal há vários eventos regulares, que "já ganharam um público fiel". É o caso da festa mensal "Flashback", dedicada à música da década de 1980, e da "Made In Pitch", em que a decoração do espaço é transformada. Mas é, talvez, o "Alta Baixa - 1 noite, 3 casas" que mais tem dado que falar. O evento, iniciado em Setembro do ano passado, é organizado, todos os meses, em partes iguais pelo Pitch, Passos Manuel e Maus Hábitos, os três bares da Passos Manuel. Nessas noites, um passe que custa cinco euros garante o acesso aos três espaços, que apresentam algumas propostas específicas e outras partilhadas. Resultado: "a circulação de pessoas é muito maior do que o normal", diz Ricardo Gomes. No próximo sábado há mais uma edição do "Alta Baixa": no Pitch actua Sam Amant, figura do electro londrino.
O "Alta Baixa" é uma reacção à dinâmica que começou a nascer noutras zonas da Baixa? "A pergunta tem lógica, mas não", assegura Ricardo. "[A ideia] Surgiu num almoço. Pensámos em proporcionar ao Porto uma coisa diferente, com qualidade e a um preço muito acessível. As pessoas já faziam este roteiro". O evento só oficializou "as sinergias" entre os três estabelecimentos.
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"Caixinha de música"A qualidade de som é uma das meninas dos olhos dos donos do Pitch. A acústica é alvo de "atenção redobrada" no rés-do-chão, uma verdadeira "caixinha de música". "Vários DJ de todo o mundo dizem maravilhas do som", conta Ricardo Gomes, para quem Pitch, Gare e o veterano Indústria são as "referências" na noite portuense no que toca à música de dança.
- Nome
- PitchClub
- Local
- Porto, Porto, Rua Passos Manuel, 34/38
- Telefone
- 222012349
- Horarios
- Sexta e Sábado das 23:00 às 06:00
- Website
- http://www.pitch-club.com
