Ocupar este edifício histórico do Porto e fazer nele uma discoteca foi “uma oportunidade” que se abriu, conta Aleida Natchindele, assessora de comunicação do Olympia Club. “Era um desperdício” o Olímpia ser só fachada. A fachada, essa, mantém-se (é, aliás, o único elemento do edifício de 1912), mas agora há vida lá dentro.
Foi “amor à primeira vista”, diz Aleida, e um casamento perfeito entre um amplo espaço “numa das mais movimentadas ruas da cidade” e as intenções de três sócios, que investiram 500 mil euros. “É um ícone que renasce”, sublinha.
Inaugurado a 18 de Maio de 1912, o então Olympia Kinema Teatro deu que falar. O jornal O Primeiro de Janeiro elogiou a “harmonia dos detalhes” e, entre outros sinais de luxo e modernidade, o grande número de lâmpadas eléctricas do edifício, assinado pelo arquitecto João Queirós, que projectou o Café Majestic, vizinho do Olímpia.
Desde que se soube que o Olímpia viraria Olympia Club, a ideia de “clube de luxo” colou-se à pele da discoteca. Aleida Natchindele não a rejeita, mas acredita que o Olympia vai “desmistificar” esse epíteto. Há luxo, “claro que sim”, mas no que ele significa em termos de “conforto”, “exclusividade” e “diferenciação”.
O luxo está em todo o lado. Quem quiser, ou puder, pagar por um dos dez camarotes (200 a 400 euros, com espaço para quatro a oito pessoas), terá direito a entrada própria (através de uma das várias portas da fachada do Olímpia, uma opção arquitectónica que facilitava a saída do cinema e o distinguia de outras salas de exibição cinematográfica do Porto), casa de banho, bengaleiro e bar exclusivos.
Luxo em todo o lado
As mordomias vão mais longe. Basta deixar a chave e o carro que um funcionário do Olympia Club estaciona por nós. Depois disso, um funcionário indica-nos o caminho para o camarote, um longo sofá de pele com visão privilegiada para a pista de dança. Um privilégio de poucos? Aleida diz que não: desde que a discoteca abriu, “quase todos” os camarotes foram vendidos.
Não é preciso reservar um camarote para ter acesso ao requinte. Aleida exemplifica com o tratamento dado à bebida da “moda”: no Olympia, o gin é servido “com qualidade”, por “pessoas especializadas”. O requinte está logo no hall de entrada, a zona dos bengaleiros, que mais parece o hall de um hotel. Está nos sistemas de luz, som e imagem, que os responsáveis do espaço dizem ser de última geração.
Entramos no Olympia Club, vemos o gigante espelho subtilmente decorado e confirmamos: aqui, como no Olympia Kinema Teatro que encantou O Primeiro de Janeiro, presta-se atenção aos detalhes - responsabilidade, desta vez, de José Carlos Nunes de Oliveira, do gabinete NoArq.
Projectam-se imagens para um conjunto de grandes rectângulos em cima da cabine do DJ - é “o maior video mapping do país”, garante a porta-voz. Nos tectos há flores gigantes recortadas, algumas delas debruadas a luzes LED. Imagens que remetem para a Antiguidade Clássica surgem amiúde nas paredes brancas. Filosofia geral: uma “junção do clássico e do contemporâneo”.
O luxo passa para a programação, que aposta em festas associadas a marcas de topo (da moda aos cosméticos) e em nomes conhecidos da música de dança mais comercial, como o português DJ Kura, o alemão Zwette e o canadiano Trevor Guthrie (a voz do êxito This Is What It Feels Like, de Armin van Buuren, nomeado para um Grammy). A house toma conta da pista principal, mas quem procurar sons mais sossegados - dos sucessos dos anos 1980 à música do Brasil - tem uma “pista alternativa” no primeiro piso.
Os DJ residente são Miguel Parente e Ricci Ferdinand, ex-Twin''s Foz, uma referência assumida do Olympia Club, apostado em destacar-se dos mil e um bares que tomaram conta da Baixa do Porto.
- Nome
- Olympia Club
- Local
- Porto, Santo Ildefonso, Rua Passos Manuel, 119
- Telefone
- 968870555
- Horarios
- Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado das 23:00 às 06:00
- Website
- http://www.olympiaclub.pt/
- Observações
- Quintas e sextas-feiras: mulheres com entrada gratuita até às 3h e três bebidas de oferta (depois das 3h, 5 euros consumíveis). Homens: 10 euros consumíveis. Sábados: mulheres com entrada a 5 euros, homens a 10 euros (consumíveis).
