Fugas - restaurantes e bares

  • Red Frog
    Red Frog Nuno Ferreira Santos
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    Red Frog DR
  • A equipa do Red Frog, com Emanuel Minêz ao centro e Paulo Gomes na lateral direita
    A equipa do Red Frog, com Emanuel Minêz ao centro e Paulo Gomes na lateral direita DR
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Há um novo templo para celebrar os cocktails

Por Luís J. Santos ,

Inspira-se nos tempos e ambientes da Lei Seca e é um verdadeiro 'speakeasy'. Com uma carta de cocktails de autor e de bebidas de topo, o Red Frog, à avenida da Liberdade em Lisboa, inclui até uma sala secreta...

Saímos da Avenida da Liberdade, dois passos para cima pela Rua do Salitre. Logo ali à esquerda, ao lado da Embaixada de Espanha, acaba de abrir uma embaixada do cocktail. Uma discreta porta clássica de madeira, uma grande rã vermelha (ou será um sapo?) de loiça que parece estar a subir pela parede e, por baixo do anfíbio, uma discreta campainha. “Press for cocktail”, lê-se. E eu pressionei.

Abriu-se um mundo em semipenumbra onde brilha um altar em várias cadências luminosas. Só que este altar é composto por algumas das melhores bebidas do mundo e o seu balcão mostra-se imponente, ostentando peças ligadas ao mote da casa: a do cocktail elevado a arte.

Aos nossos olhos abre-se toda uma só sala, em corredor e em diferentes níveis, com madeiras, cabedais e materiais nobres, entre mesas de grupo e outras mais íntimas, sofás, cadeirões e recantos, velhas molduras e imagens que nos fazem viajar a outros tempos boémios. Ao fundo, uma estante parece terminar esta nova pérola lisboeta, funcionando também como expositor decorativo de peças vintage, que também se espalham pela sala. Parece terminar mas não termina.

Não é segredo mas é quase secreto — e, adivinha-se, será um dos momentos altos do quotidiano deste novíssimo Red Frog: acontecerá sempre que um dos responsáveis, numa espécie de abracadabra!, revelar uma outra sala, protegida e exclusiva, destinada apenas a grupos e momentos especiais.

Todo o cenário tem um mote maior: é que este é um speakeasy, inspirando-se no conceito dos espaços surgidos durante os tempos da Lei Seca nos EUA. É desses tempos de bares clandestinos que vêm o cenário, a porta fechada, a sensação de algum secretismo e intimidade. Mas, desses dias que deram tanta acção (e tanto cinema e demais artes), vem muito mais. O Red Frog é um império do cocktail de autor e ostenta uma carta que inclui apenas bebidas premium de todo o mundo.

E o que se pressente de imediato é que este não é um bar à toa. O Red Frog, que abriu a 7 de Maio e que vai estar em afinações até ao final do Verão, tem altas ambições e os responsáveis por grande parte delas são os profissionais que dão a cara pelo refúgio, dois barmen com muitos anos de experiência, até vencedores ou finalistas de concursos da profissão, Emanuel Minêz (do Cais da Praia na Foz do Arelho) e Paulo Gomes (com quase duas décadas no Hotel Mundial).

Num espaço onde não há “um único ponto de luz exterior” – o que é ideal num speakeasy, afinal –, o que se quer é “esquecer a vida lá fora”, aponta Paulo. Aliás, os clientes são até convidados a desligar os telemóveis e afins. Com horário de abertura ideal para espairecer depois de um dia de trabalho, o Red Frog é um oásis etílico.

As primeiras cartas, “em evolução”, mostram logo uma força cultural, sendo que “todos os cocktails são de autor”, com o twist da casa: há quatro divisões temporais, dos Early Classics & Golden Age, do século XIX ao início do século XX, a “idade de ouro dos cocktails”; passando pelos Desperate Times (1920/30, tempos da Lei Seca nos EUA), Good Times (1930/60) e chegando à Modernity Collection (finais do século XX, inícios do século XXI).

Por exemplo, dos velhos tempos, pode provar um Midnight Smugglers (base gin), que vem fechado num saco para lembrar quando tinha que andar tudo escondido. Mas também se vai de um mafioso American Gangster até à tropical Garota de Ipanema e pode mesmo parar-se num luso-indiano Martim Moniz Square.

“Queremos trabalhar muito com a comunidade de bartenders”, diz-nos Emanuel, referindo que usam apenas “gamas premium e superpremium, não há gamas baixas”. E, por exemplo, também “não há cerveja de pressão, só artesanal”. “É das cartas mais completas, o que temos é muito bom e diferenciado”, sublinham.

Na lista etílica, podem encontrar-se por exemplo uma vodka polaca como a Belvedere ou a Uluvka, o gin algarvio-alemão Sul ou o alemão Ferdinands, runs e tequilas únicos ou bourbons e whiskeys singulares (incluindo especialidades japonesas como o Yoichi). Cada bebida ou cocktail tem informação precisa sobre o volume, a graduação alcoólica, ingredientes e sabor. E a casa tem regras muito próprias, íntimas e respeitosas, passando pelas tais advertências de manter o telefone em silêncio ou que as fotos sejam sem flash à lembrança de que “um gentlemen nunca se apresenta ou aborrece uma senhora”.

E esta casa que vai buscar o nome a um bichinho “pequeno, reservado, noctívago, em vias de extinção, venenoso e excêntrico” tem uma meta precisa e promete trabalhar para atingi-la. É Emanuel quem nos revela o derradeiro objectivo: “Em três anos, queremos estar entre os 50 melhores bares do mundo”.

Nome
Red Frog
Local
Lisboa, Coração de Jesus, Rua do Salitre, 5A
Telefone
912513552
Horarios
Segunda-feira, Terça-feira e Quarta-feira das 18:00 às 02:00
Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado das 18:00 às 04:00
Website
http://www.redfrog.pt/
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