Fugas - restaurantes e bares

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Música, comida e bebida. Sem dramas

Por Alexandra Prado Coelho ,

'Damas, não há dramas', lê-se num azulejo. Pois não. O que há no Damas, à Graça de Lisboa, é muita música, incluindo ao vivo, petiscos e pratos, um ambiente familiar e bem-disposto,

Quem passa habitualmente pela Rua Voz do Operário, em Lisboa, reparou com certeza que nos últimos dois meses o número 60, que durante anos foi apenas uma porta fechada, abriu-se e parece estar sempre a transbordar de gente para a rua. Foi no dia 25 de Abril que aqui nasceu o Damas, projecto de Clara Metais e Alexandra Vidal, numa noite que as duas contavam que corresse bem mas que acabou por “superar todas as expectativas”, com mais de mil pessoas a encher o espaço (muito maior do que parece quando se espreita da rua) da antiga panificadora da Caixa Económica Operária.

Quando chegamos, pelas quatro da tarde, Clara e Alexandra — que se conheceram no Bartô, o bar do Chapitô, e decidiram abrir um projecto juntas — estão a acabar de almoçar. Há dois meses que vivem praticamente aqui dentro — o Damas abre às 13h30, serve almoços e petiscos todo o dia, e à noite tem concertos. Quatro da tarde é, provavelmente, a hora mais calma, por isso aproveitamos para conversar.

Alexandra leva-nos à sala de concertos, ao fundo, e conta que, quando encontraram este espaço, esta divisão estava “totalmente carbonizada”. É aqui que ainda estão, encaixados na parede, dois fornos com portas de ferro negro e um espaço a perder de vista lá dentro. Em breve, um deles vai receber uma instalação sonora e uma “maquete do mundo” que poderá ser vista por quem lá enfiar a cabeça.

Havia ainda outro enorme forno eléctrico e mais material que mostrava que a panificadora tinha “atravessado todas as fases, a da lenha, a da electricidade e a do gás” (foram até encontrados num alçapão tanques de gasóleo). A Caixa Económica Operária era uma instituição destinada aos trabalhadores da Tabaqueira, que tinham direito a uma medida de pão, feito aqui. Uma das salas da frente foi, no passado, o espaço de entrega do pão ao público e ainda mantém os azulejos originais e o pequeno balcão na parede onde era colocado o pão.

A sala do lado, onde estão a maioria das mesas e onde Luis Lázaro Matos pintou uma série de girafas azuis, era uma das zonas de trabalho da panificadora e conduz à cozinha, um espaço aberto no meio das três salas que compõem o Damas (esta sala e a cozinha estão ligadas pela longa mesa de inox onde se estendia a massa do pão).

Depois de três meses loucos “de intenso trabalho e dedicação” para transformar uma panificadora fechada há dez anos num bar, o Damas ficou pronto. A ideia foi sempre dar o maior protagonismo à programação de concertos, que está a ser um sucesso, mas a cozinha foi conquistando uma presença maior do que tinham imaginado.

A responsável pela ementa, que muda todos os dias (é preciso ver na Internet ou no quadro à porta), é Alexandra. Fixos, só mesmo os petiscos, dos peixinhos da horta às moelas, passando pela maçaroca com manteiga. Os pratos podem ser africanos em noite de Afro Baile (uma vez por mês), ou, como no dia em que estivemos no Damas, raia alhada, lombo de porco com puré de aipo ou caril de lentilhas. Pode ainda haver (prometido para Agosto) “noites extintas” em que Alexandra vai ressuscitar receitas antigas que já não se fazem, como “coração de boi recheado” ou “pato à veneziana”.

Nome
Damas
Local
Lisboa, São Vicente de Fora, Rua Voz do Operário, 60
Telefone
912162249
Horarios
Todos os dias das 13:00 às 02:00
Website
https://www.facebook.com/DAMASLISBOA
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