O nome é “estranho” para não restar dúvidas: é estranheza que o Odd quer provocar, daquela que depois se entranha, imaginamos, pela sua maneira “ímpar, alternativa, diferente de ser”. Não são insuspeitos os qualificativos, afinal quem os enumera é Natasha Soares, um terço do Odd – que se completa com Pedro Leal e Carlos Queirós.
Do triunvirato que há quase um ano (completa o primeiro aniversário a 10 de Outubro) abriu o Odd, nesta quinta-feira à noite encontramos dois. Falta Carlos Queirós; Pedro Leal fica no balcão e Natasha é a nossa cicerone nesta oddity que na verdade não o é tanto. Estamos, então, num “apartamento” em edifício de azulejos verdes, onde chegamos por uma escadaria escassamente iluminada, que já viu melhores dias.
Tem pergaminhos noctívagos, o edifício, já que aqui funcionou, no rés-do-chão, um outro bar, o Pop Fresh, que de alguma maneira até é culpado por este Odd estar aqui. Natasha trabalhou no Pop Fresh durante cinco anos – todos os mentores do Odd têm currículo em vários espaços nocturnos – e enquanto procuravam local para ancorar o novo projecto, o Pop Fresh fechou e este espaço ficou livre. “Aproveitámos para ficar aqui.”
Afinal, este primeiro andar reunia quase todas as condições que buscavam, para um bar intimista, que se divide em várias salas, com iluminação rarefeita para criar um ambiente intimista. Só faltava uma coisa. “Tínhamos intenção de ter pista de dança”, confessa Natasha. Como nenhuma das salas apresentava condições para tal, optou-se por unir três salas, rasgando as paredes: nessa espécie de corredor incorpóreo dança-se noite fora.
Na verdade em todo o espaço se dança, sobretudo depois das duas da manhã, sobretudo ao fim-de-semana, quando os DJ ocupam a cabina que tutela as três salas unidas, à laia de altar (pagão) – no resto dos dias, podem surgir DJ inesperados, que é como quem diz, clientes-amigos da casa, a tomar conta, num impulso, das sonoridades debitadas. Entre estes, por exemplo, um dos mais regulares, é Toni [Fortuna], ex-Tédio Boys (actual Mancines, entre outros projectos), aponta Natasha.
Hoje não há DJ. Jeff Buckley repete-se e mais tarde a música veste-se de rock- mais-rock, a pender para o alternativo. A electrónica também entra aqui mas nunca com carta de alforria – o rock, sempre o rock, como base (vejam-se as noites “Almost rock”, de Afonso Macedo). Hoje tão pouco há dança, por enquanto, pelo menos, e os clientes espalham-se pelas salas em grupos pequenos – quase tão pequenos quantos as salas, com sofás encostados às paredes e mesas diante. É despido de excessos decorativos este bar cuja luz declina em várias tonalidades consoante a cobertura dos candeeiros – são obras da casa, digamos, saídos da imaginação e das mãos dos proprietários: têm várias formas, são feitos de materiais diversos e estão sempre pendurados em troncos encaixados nas paredes.
Como estamos em Setembro, o Odd apresenta as suas paredes, laranja nos lambris e azul forte para cima, despidas, o que habitualmente só acontece nos meses de Verão, cronicamente mais parados. Porque, no resto do tempo, conta Natasha são preenchidos por exposições, normalmente de periodicidade mensal. Menos regulares são outros eventos, normalmente à tarde, como apresentações de livros. E em breve poderão ver-se espectáculos ao vivo, coisas como one man band, “algo mais pequenino, acústico” porque o espaço não é muito grande. As três salas contíguas, que acompanham a fachada, dão todas para um corredor estreito, que vai da entrada ao final da “casa”: aí há outra sala, mas o que sobressai mesmo é o bar, que imaginamos ter sido um outro compartimento, mas cujas paredes deram lugar a balcões. É a cabeça deste polvo que se alimenta de guitarras ao alto e de dancing shoes.
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Preços:
Fino a 1€; brancas a 4€; licores a 2€; gins premium entre 7€ e 8€; cocktails entre 4€ e 6€.
- Nome
- Odd
- Local
- Coimbra, Sé Nova, Rua Alexandre Herculano, 16A - 1.º
- Telefone
- 0
- Horarios
- Todos os dias das 22:00 às 04:00
Sexta-feira e Sábado das 22:00 às 06:00
- Website
- https://www.facebook.com/oddpasquim
