Fugas - restaurantes e bares

  • DR
  • DR

Pãezinhos quentes de Taiwan à conquista de Lisboa

Por Alexandra Prado Coelho ,

O grupo Sushic acaba de abrir o seu quinto espaço de restauração. Desta vez a aposta é nos bao, pães cozidos a vapor e recheados.

“Quero que as pessoas deixem de comer hambúrgueres e passem a comer baos”. A afirmação vem de quem está inteiramente convencido de que tem uma aposta vencedora: Hugo Ribeiro, o criador do grupo Sushic e, agora, do novo Bao, restaurante que traz para Portugal um petisco da street food asiática que tem vindo a espalhar-se pelo mundo.

E as pessoas sabem o que é um bao? Os clientes estrangeiros do Portugal Boutique City Hotel (onde fica o Bao) e do vizinho Hotel Mundial, junto à Praça da Figueira, mostram-se já familiarizados com estes pãezinhos cozidos ao vapor e recheados. Mas para muitos clientes portugueses este é um tipo de comida que ainda precisa de apresentação, explica Hugo.

“Existem vários tipos de baos por toda a Ásia”, diz. “Os nossos são mais inspirados nos de Taiwan”. São pães fofos, de uma massa leve e ligeiramente adocicada, feitos ao vapor e dobrados ao meio para receber o recheio. “São viciantes”, declara o responsável do Sushic, entusiasmado, explicando que este é o espaço mais descontraído do grupo – que em sete anos não parou de crescer e já vai em cinco restaurantes – e também o mais replicável. Aliás, ainda este ano deverão nascer mais dois espaços Bao, em versão balcão. 

A carta, criada pela dupla de chefs Pedro Rezende e Rui Fontes, consiste em duas variedades de entradas goi cuon, ou seja, crepes de massa de arroz, um de camarão com arroz de sushi crocante e outro de frango. E depois uma lista de dez baos – cujo nome completo, em Taiwan, é gua bao – com recheios variados, do mais clássico com barriga de porco (e cogumelos shitake) aos mais ousados, como o de sardinha, pêssego e teriyaki.

Hugo pede para trazerem três que considera os incontornáveis: o de caranguejo de casca mole com caril amarelo, o de frango frito Thai style e o de barriga de porco. Nós, por curiosidade, pedimos um de sardinha com pêssego. Estamos em pleno universo da comida de conforto, com sabores fortes, o doce, o ácido, o picante, a misturarem-se na boca. 

Há também bao de tataki de atum com funcho e laranja, de tempura de choco com molho mediterrânico, de lula recheada com bife teriyaki, para os muito carnívoros, o de terrina de porco de coentrada com orelha frita, ou, para os vegetarianos, o de tempura de tofu com molho tentsuyu. Tudo para comer, de preferência, à mão, e lamber os dedos no final, demonstra Hugo. 

Existem também três acompanhamentos: arroz saigão com barriga de porco crocante e ovo estrelado por cima, que se desfaz e mistura com o arroz – “tem sido um enorme sucesso e já me disseram que é um daqueles pratos perfeitos para a ressaca” – batata doce frita com mini crepes vietnamitas e batata com croquetes asiáticos picantes. 

As sobremesas são do chef pasteleiro Francisco Siopa, que é o responsável por toda a doçaria do grupo Sushic – o que significa que, por muito que se tenha comido antes, vale sempre muito a pena guardar um espaço para o final. No Bao há duas opções, uma mais leve e fresca, a panacotta de leite de coco e gengibre com geleia de manga e maracujá, marshmallows de matcha e melão vermelho embebido em xarope de hibisco e cardamomo; e a outra, mais poderosa, mas mesmo assim leve, um chiffon de chocolate negro e banana com cremoso de cacau e espuma praliné.

Nas suas deslocações pela Europa, Hugo já se tinha apercebido da moda dos bao, mas foi numa viagem aos Estados Unidos que ficou definitivamente convencido de que este tinha que ser o seu próximo passo. Já tinha sido desafiado para apresentar um conceito para o restaurante do Portugal Boutique Hotel – que, além da sala interior, tem uma esplanada ampla na parte de trás – mas não queria abrir mais um Sushic. Desta vez, a proposta tinha que ser diferente. E, depois dos EUA, avançou para os bao sem hesitação. Tem ainda (pelo menos) mais uma ideia para trazer para Portugal um outro tipo de comida asiática, mas para já não revela mais. 

O facto é que se passaram sete anos desde que este fã de comida do Oriente, e em particular da japonesa, abriu o primeiro Sushic, em Almada. O sucesso, garantido em grande parte pelo TripAdvisor, tornou-o inesperadamente o centro das atenções. E ele soube aproveitar o momento. Anunciou que iria atravessar o rio e chegar a Lisboa e, quando o fez, no início deste ano, aterrou directamente no Palácio Chiado, no Mercado de Algés, e, logo depois no Altis Belém, onde abriu um Sushi and Oyster Bar na Cafetaria Mensagem. 

A somar ao novo projecto Bao, há ainda os vinhos Sushic: um branco mais leve, já disponível nos restaurantes do grupo, um branco reserva e um tinto, prestes a serem lançados, e um Moscatel, em parceria com Domingos Soares Franco, para acompanhar as sobremesas. E a cerveja, quase, quase a aparecer e que, revela Hugo, é leve, com “um toque de gengibre”. Vai chamar-se Sushica. 

Nome
Bao
Local
Lisboa, Santa Justa, Rua João das Regras nº 4
Telefone
0
Horarios
Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado das 12:30 às 15:00 e das 19:00 às 22:30
--%>