Fugas - viagens

Luís Maio

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Montreal - A cidade reanimada

O Bairro Latino é rematado a ocidente pelo Village, o bairro gay, verdadeiro concentrado de lojas de fantasia e espectáculos de frenesim camp. Iniciativa rara na América do Norte, no Verão passado as ruas principais do Village foram fechadas ao trânsito automóvel. A facturação cresceu tanto que calou os protestos dos comerciantes, agora dispostos a repetir e estender a experiência car free.

Patinagem no cais

A renovação de matriz cultural estende-se naturalmente a outras manchas urbanas de Montreal, em particular acima e abaixo do eixo formado pelo bairros das Artes e Latino. A norte, aos pés do Mont Royal, fica o Plateau, antigo enclave operário mais recentemente invadido por uma população juvenil heterogénea, entre estudantes, jovens profissionais e artistas. Num bairro com uma população activa um pouco acima dos 7000, mais de 600 assumem-se como artistas. É uma percentagem de cerca de 8 por cento que certifica o Plateau como "o bairro mais criativo do Canadá".

Contra a corrente de demolições, esta demografia jovem e arty tem investido na recuperação de duplexes e triplexes centenários, restaurando as sinuosas escadas exteriores e pintando de cores garridas os seus balcões de madeira. A avenidas do Mont-Royal e de Saint-Denis oferecem a maior concentração de lojas de roupa e restaurantes trendy, sendo nelas igualmente que se encontram os bares e discotecas mais concorridos da cidade.

O coração do Plateau é ocupado por uma área verde, o Parque de La Fontaine, onde desde que a neve começa a derreter é montado o Theâtre de Verdure, um anfiteatro ao ar livre que acolhe toda a espécie de artes de palco. Também o Mont Royal, a famosa montanha que coroa a cidade, é frequentemente cenário de espectáculos, das companhias de dança e de teatro que actuam em dias de neve ao batalhão de percussionistas que todos os domingos de Verão se envolvem em longas sessões de improviso, na esquina da Parc Avenue com a Rachel Street.

Abaixo do centro encontra-se o Velho Montreal e os Cais do Velho Porto, ou seja, o núcleo primitivo da cidade. A Place Jacques-Cartier é agora uma reconstituição do que fora a Praça do Mercado no tempo da Nova França. De resto, porém, o Velho Montreal são sobretudo grandes armazéns e edifícios industriais que nos últimos anos têm vindo a ser convertidos em lofts à moda nova-iorquina, em escritórios de empresas de cibernegócios e galerias de arte radical. Também o cais e a zona portuária frente ao Velho Montreal estão a mudar de face. Numa extensão de 2,5 quilómetros (de 25 quilómetros de frente ribeirinha), o antigo porto tem vindo a dar uma zona recreativa com museus, cruzeiros, pistas de corrida e mesmo um ringue de patinagem no gelo.

Como ir

A TAP voa de Lisboa para Montreal via Newark (segundo percurso em codeshare com a Air Canada). Ida e volta desde 595,95€ com todas as taxas incluídas. Saídas de Lisboa às terças, quartas, sextas, sábados e domingos (11h45-15h05 e 17h50-19h20).

Onde ficar

Intercontinental
360, Saint-Antoine Ouest
Tel.: 5149879900
www.montreal.intercontinental.com
Torre clássica, numa das esquinas do Vieux Montréal, acabada de remodelar com um toque feérico ao estilo Twin Peaks. Duplos desde 120€.  

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