Fugas - viagens

Luís Maio

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Volta a Paris em bicicleta

Roger La Grenouille

Entrando na Rive Gauche pelo Pont Neuf chegamos a uma ruela apertada. Ao fundo há uma porta pintada com rãs de desenho animado. Parece uma loja de brinquedos mas na verdade é um bistrot especializado em cozinhar batráquios desde 1930. Chama-se Roger (como o primeiro proprietário) La Grenouille (como as rãs, em francês) e consiste numa sala longa e estreita, decorada com todo um bricabraque de cozinha suspenso do tecto, mais fotografias e posters antigos nas paredes. Já acolheu um mar de gente famosa, desde papas a rainhas, mas também já foi uma armadilha turística. Ganhou, mais recentemente, uma nova gerência, que repôs as toalhas brancas nas mesas e mandou os trastes kitsch para o lixo, ao mesmo tempo que apurou a cozinha e baixou os preços (menus a 21€, ao almoço). Voltou, portanto, a ser recomendável sob a etiqueta da cozinha tradicional francesa, em particular na especialidade de sempre, ou seja, a confecção de pratos de rã (26/28, Rue des Grands Augustins, tel.: 0033156242434).

Pierre Hermé

Grande dica para os amantes de gastronomia açucarada e em geral para os gulosos: mesmo em frente a St. Sulpice, do outro lado da praça (72, Rue Bonaparte) fica a primeira loja que Pierre Hermé abriu em Paris. Classificado como "Picasso da pastelaria" (Vogue) e genericamente aclamado como o maior criador no campo da actual doçaria francesa, Hermé foi inclusive já condecorado Cavaleiro da Legião de Honra. Entrou para essa instituição parisiense que é a Gaston Lenôtre com apenas 14 anos de idade, mas chegado a 2006 saiu para inaugurar a sua primeira loja em Tóquio, só abrindo a da Rue Bonaparte em 2001. Hoje tem sete pontos de venda em Tóquio, quatro em Paris e uma boutique em linha (http://www.pierreherme.com/). O turista guloso poderá ocupar o seu tempo em Paris circulando entre as lojas de Lenôtre e as de Hermé para decidir quem faz os melhores macarrons do mundo.

Velolib: Liberdade em duas rodas

Os programas organizados pela Charms & Secrets são uma delícia, mas duram meio-dia e estão longe de ser económicos.

Mais barato e ecológico, também mais aventuroso e inclusive mais genuíno é o Velolib, o sistema de arrendamento de bicicletas que vigora em Paris. Pedalar nos Campos Elísios em hora de ponta não será a melhor opção, mas aos domingos circula-se à vontade em todo o lado e todos os dias são domingo nos 150 quilómetros de corredores só para bicicleta, recentemente criados na cidade.

Velolib conjuga velo, que quer dizer bicicleta, com liberdade. O sistema foi introduzido a 15 de Julho de 2007, no contexto da actual política europeia de redução do número de veículos motorizados nas cidades. A empresa de publicidade J.C. Decaux pagou as bicicletas e os estacionamentos, encarregando-se agora da respectiva manutenção. Em troca tem o exclusivo dos outdoors que são propriedade da edilidade, enquanto esta cobra os alugueres dos veículos de duas rodas. O sistema depressa se popularizou, contando com mais de 200 mil assinaturas anuais e 100 mil alugueres diários, o que encorajou os promotores a mais recentemente ampliarem a área coberta a 30 subúrbios da cidade.

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