Fugas - restaurantes e bares

  • Miguel Manso
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O metal dos cocktails

Por Mara Gonçalves ,

Chama-se Cobre e é o mais recente bar de cocktails do Cais do Sodré, em Lisboa.

No balcão, forrado a placas de cobre, perfilam-se três copos de formatos diferentes, ainda vazios. Alexandre Leitão, gerente de bar do novo espaço lisboeta, colhe garrafas e sumos, mede quantidades no jigger, ensaia misturas no shaker e finaliza cada bebida com um toque especial: ramos de alecrim, rodelas de limão desidratadas ou casca de laranja a perfumar o rebordo. Em poucos minutos estão prontos três cocktails de autor para o sofá do canto. Um “vermelhão whatamelon”, feito à base de sumo de melancia e de vodka com infusão caseira de pêra; um “monchique sour”, com medronho, sumo de limão e espuma de ginjinha; e um elegante “white lady in town”, que inclui gin e cointreau com infusão de tomilho.

O Cobre, inaugurado no início de Setembro na Rua do Alecrim, quer ser um “cocktail bar puro”. São, por isso, eles que lideram a carta, com 12 criações de autor “100% originais”. Depois há “variações ou interpretações dos clássicos”, alargando a lista para 25 receitas, embora as restantes não constem, pelo menos para já, do menu. O objectivo, descreve Alexandre, é “dar a provar cocktails um pouco fora da caixa mas sem ser demasiado pretensioso”. 

O novo espaço é a mais recente aventura do The Independente Collective e marca a estreia oficial do grupo no sector de bar propriamente dito, embora a componente já estivesse presente nos projectos anteriores. Primeiro no The Decadente, restaurante do hostel The Independente, com o qual o grupo nasceu em 2011; depois no The Insólito, onde a carta de cocktails já assumia maior destaque com receitas de autor feitas com produtos exclusivamente portugueses, e mais recentemente no Trincas, restaurante de petiscos portugueses no Mercado da Ribeira.

Desde o início que havia “um grande foco no desenvolvimento de cocktails” nos restaurantes do grupo, recorda Duarte D’Eça Leal, um dos fundadores do The Independente Collective. Partir daí para um espaço onde a mixologia fosse estrela maior foi um passo natural. “Entendemos que havia uma lacuna no eixo [da Rua do Alecrim] que abria espaço para criar um bar virado para um ambiente mais lúdico, com DJ”, conta. Tinham o know how de Alexandre Leitão, gerente de toda a secção de bar do grupo, e a “receptividade dos clientes”. Arrancaram.

No final de Agosto estreou-se em soft opening. A inauguração oficial chegou em Setembro para celebrar o quinto aniversário do grupo. Ao contrário dos projectos anteriores, este é marcadamente cosmopolita, bebendo inspiração em grandes metrópoles como Nova Iorque, Londres ou Berlim. As paredes e o tecto de betão dão-lhe um ar cru e industrial, acentuado pelo brilho do cobre, que chega a cada recanto da sala. O metal dá nome ao espaço e materializa-se um pouco por toda a decoração, desde as largas tubagens a serpentear no tecto a candeeiros, balcão, mesas, cabine de DJ ou mesmo em linhas pelo chão. O veludo dos sofás, bancos e cortinados — em tons verdes e castanhos — garante o ar aconchegante, algo outonal.

A programação musical é outra aposta forte de um espaço que se pretende “altamente social”. De quinta a sábado haverá sempre um DJ a animar as hostes até à hora de fecho. Hoje a pista está entregue a Duarte Cunha. Já no final da próxima semana há CLP, Bruno Saavedra e Senôr Pelota. A agenda, feita em parceria com a Música no Espaço, vai sendo anunciada na página do Facebook no início de cada mês.

Nome
Cobre
Local
Lisboa, Encarnação, Rua do Alecrim, 24
Telefone
211 303 992
Website
cobrebar.pt
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