O trekking seguiu a magnífica rota Machame que acerca o Kilimanjaro pela parte sul atravessando uma densa floresta tropical até ao topo nevado, já nos 5.896m, onde nos esperava uma vista de cortar a respiração. Até lá, e desde o campo de Machame, já nos 3000m, foram cinco dias caminho com seis a sete horas de marcha diária.
O dia 30 de Junho foi o dia do desafio final: a subida até ao topo. Acordei às 23 horas e, depois de uma refeição ligeira, o grupo estava pronto para começar a subir. Estava muito frio apesar de a temperatura não estar muito baixa. O vento que soprava era cortante e entrava por todos os orifícios da roupa, mesmo da bem apertada. O céu estava totalmente claro e a noite iluminada por uma grande lua cheia. A subida começou de maneira bastante abrupta por entre pedras grandes e escarpas direitas. O grupo caminhava em linha de forma muito, muito lenta. A altitude não permitia um esforço superior.
Contudo, constantemente e aos poucos fomos, ganhando altitude e confiança. Estabelecemos um ritmo de caminhada com pequenas paragens para beber água e comer, a cada 200 metros. Esta altitude pode ser fatal para o ser humano. Ninguém vive permanentemente aqui. Os pulmões expelem mais dióxido de carbono, desequilibrando o Ph do sangue, os rins libertam mais água para corrigir a acidez do sangue, causando sérios riscos de desidratação. A nossa frequência cardíaca sobe em repouso aos 85 e aos 140 em esforço. O nosso cérebro perde lucidez e raciocínio.