Chegada ao Tarrafal às 19h, já é noite. A viagem é agora toda em estrada de alcatrão, com algumas curvas e montanhas, dura aproximadamente 1h30, apesar de eu nunca ter olhado para o relógio: tudo era mais importante do que o tempo.
Quando chegamos ao destino, tudo parece ainda mais calmo do que na Praia, o vento não se sente, as coisas caminham devagar. E eis que se avista a praia, o nosso objectivo. Dormida no Baía Verde Hotel, constituído por bungalows de três estrelas um pouco degradadas, mas perfeitas para viver uns dias de sonho. A saída do hotel já é areia da praia.
Não se consegue imaginar o quão linda é esta praia, a do Tarrafal. Agora são 7h da manhã, acordei cedo para ver a praia de madrugada, ao nascer do dia; mergulhar de madrugada. Não há muito sol ainda, e vêem-se imensos pescadores analisando o mar, procurando peixe nesta água limpa e fluorescente. Não há barulho que interrompa o som das pequeninas ondas fechando. A montanha Graciosa ao fundo protege toda a baía, protege-nos do mundo, abraça-nos com a natureza.
E o silêncio…
Há sonhos que se realizam, há dias em que o tempo devia mesmo parar, em que aqueles beijos que a vida nos dá sem esperarmos por isso deviam durar para sempre, até que o meu “sempre” terminasse. Há dias em que o sol nunca se devia pôr, ou as estrelas brilhassem eternamente.
Vale a pena descobrir a praia do Tarrafal, vale a pena lá voltar, e valeria ainda mais ser eu a repeti-la. Mais e mais e mais… Sempre com novos olhos, sempre com outro olhar, sempre com novas sensações, novos beijos, novos abraços, novos momentos. Nada se repete, afinal!
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