Por fim chegámos a Middelburg, com uma população de aproximadamente 47.000 habitantes. Durante a Idade Média, a cidade tornou-se num importante centro de trocas comerciais entre a Inglaterra e as cidades da Flandres. Mais tarde, no século XVII, foi um importante centro para a Companhia das Índias Orientais Holandesas.
Sempre com o mar por perto, e atravessando uma reserva natural de Het Zwin, chegámos a Knokke, já na Bélgica. Esta é a praia mais a norte na costa flamenga.
Knokke começou a ser frequentada por diversos pintores, que em 1880 fundaram o Círculo dos Artistas. Tem um dos dez casinos da Bélgica e nas suas paredes podem encontrar-se quadros de Keith Haring, René Magritte e Paul Delvaux.
A partir de Knokke são cerca de 20kms até Bruges. Já tínhamos ouvido falar da capital da Flandres Ocidental e ficámos deslumbrados com as suas ruas, canais e edifícios. Vale a pena percorrer os canais num barco turístico e as calçadas antigas de bicicleta. Já que estamos na Bélgica, há que provar uma cerveja e como estamos em Bruges é necessário experimentar os chocolates.
Chegar a Bruges foi o objectivo desta viagem de bicicleta. A seguir iríamos apanhar um comboio rápido para Bruxelas onde nos esperaria o avião de regresso ao Porto. As bicicletas tinham cumprido na perfeição as centenas de quilómetros que pedalámos entre Amesterdão e Bruges. Nem um furo nem uma avaria.
Tentámos, em vão, vendê-las, mas como tinham aspecto de velhas ninguém as quis. A solução foi fazer uma instalação com elas no meio da estação de comboios de Bruges com o seguinte letreiro: “This bike is for you. I came from Amsterdam on it. Now you can use it the time you want, and then let it somewhere to someone else. Nice travels!”
Esperámos que algum dos muitos curiosos que se iam aproximando pegasse numa bicicleta e seguisse viagem. Entretanto chegou o nosso comboio....