Fugas - hotéis

DR

Em Angra dos Reis, pura beleza tropical

Por Pedro Garcias

Pura beleza tropical Situado na baía de Angra dos Reis, mesmo frente a ilhas famosas, o Pestana Angra Beach Bungalows é um daqueles resorts de sonho de onde não apetece sair. Pedro Garcias dormiu lá, e apesar de ter chovido copiosamente, veio deslumbrado com a beleza tropical do lugar

Há lugares que ficam tristes quando chove. O Rio de Janeiro, por exemplo, entra em depressão quando a chuva toma o lugar do sol. Mas, a apenas duas horas de carro da cidade mais feliz do mundo, a baía de Angra dos Reis é tão prodigiosa que nem a chuva lhe retira encanto e fascínio.

Mesmo debaixo do maior "toró" (chuva diluviana), é impossível ficar indiferente à beleza do seu rosário insular e ao recorte verdejante da serra do Mar, a cadeia montanhosa revestida por importantes manchas de mata atlântica que se estende ao longo de 1500 quilómetros de costa desde o estado do Espírito Santo até ao estado de Santa Catarina.

Mas não era com chuva que tinha sonhado quando viajei do Rio de Janeiro até Angra para dormir uma noite no Pestana Beach Bungalows, um hotel de cinco estrelas situado no lugar do Retiro, a poucos quilómetros da cidade de Angra dos Reis.  Espreitara na Internet umas fotos do hotel e ficara deslumbrado com a beleza tropical do lugar: bungalows surgiam dissimulados por entre a vegetação atlântica, havia um longo deck de madeira entrando mar adentro e viam-se cadeiras pousadas sobre pedras vulcânicas rodeadas de água verde-esmeralda, um cenário perfeito rematado por uma luminosa língua de areia privativa.

Era o postal certo para anunciar o idílio e todos sabemos como as imagens por vezes enganam. Mas, neste caso, as imagens não mentiam. Mesmo chovendo copiosamente, o Pestana Angra justificava todos os adjectivos que imaginara para descrever o lugar. O mar estava surpreendentemente calmo e, apesar de associarmos a ideia de paraíso a um território insular de vegetação luxuriante colocado a salvo das águas do Dilúvio, as ilhas em frente brilhavam sob a chuva. Se era assim com chuva, como seria com sol?

O céu não se abriu para desfazer a dúvida, mas viagens anteriores tinham-me mostrado por que razão Angra, com as suas 365 ilhas e 2000 praias, uma boa parte completamente desertas, é um dos mais fascinantes trechos costeiros do Brasil. Uma viagem pela imensa baía faz-nos recuar aos primórdios do Brasil e ao tempo em que os primeiros exploradores portugueses por lá aportaram, convencidos que estavam a navegar em direcção a uma enseada (angra).Deram-se conta do equívoco já junto à actual cidade de Angra dos Reis, que acabou por receber este nome por nesse dia 6 de Janeiro de 1502 a Igreja Católica celebrar os santos Reis Magos.

Passaram-se desde então mais de 500 anos, mas o lugar continua a ter a mesma beleza original, apesar de já não existirem índios, de haver barcos a cruzar constantemente as águas calmas da baía e de as ilhas terem sido colonizadas por gente rica. Uma viagem entre Angra dos Reis e a ilha Grande, a maior de todas as ilhas da baía, mostramos uma boa parte desse vasto e exclusivo território insular. De barco, podemos conhecer as ilhas Botinas, o principal ícone de Angra, dois tufos de palmeiras sobre rochas sublimados pelo verde-esmeralda do rebordo marinho; a ilha dos Porcos, do famoso cirurgião plástico Ivo Pitanguy, que até pista de aviação tem; ou a ilha de Caras, onde a famosa revista levava os seus convidados. Entre muitas outras. É bom não esquecer o número de ilhas: 365, uma para cada dia do ano.

--%>