Barcelona: Promoções de voos e propostas de programas, 20.5.2011
O que é que Barcelona não tem?, por Alexandra Lucas Coelho, 13.03.2010
A fantasia dos mercados, por Luís Maio, 20.12.2008
A cidade dos parques esquisitos, por Luís Maio, 23.05.2009
Barcelona entre chineses e cemitérios, por Alexandra Prado Coelho, 05.03.2011
Estamos no 10.º piso e a janela do nosso quarto é na realidade uma tela viva sobre a baía de Barceloneta. O mar enche-nos o quarto e vicia-nos. Não nos apetece sair para desfiar a cidade. Estamos aqui, deitados numa confortável cama, a olhar Barcelona e chega-nos. Os ícones estão lá. Vemos as torres da Sagrada Família e os vários guindastes que tentam completar a obra projectada no século XIX pelo arquitecto Antoni Gaudí.
Já mais perto da praia, observamos dois edifícios que se distinguem na paisagem (Mapfre e Hotel das Artes) e entre eles o Peix D'Or, uma escultura gigantesca realizada pelo arquitecto canadiano Frank Gehry, quando toda a marginal catalã foi reabilitada para receber os jogos olímpicos de 1992. Continuamos. Um pouco atrás surge a Torre Agbar, com 33 andares, do arquitecto francês Jean Nouvel, inaugurada em 2005. Ao nosso lado esquerdo, está o porto turístico, onde atracam os cruzeiros. Ao fundo vê-se Montjuic, que esconde a maioria das instalações desportivas construídas para as olimpíadas.
Barcelona vive-se bem desta janela. À noite ganha um outro encanto. As luzes contornam a curva da marginal e ao longe vai-se sentindo o movimento da noite. Não contestamos sequer que a cidade merece ser visitada, calcorreada, revistada, pesquisada - merece, claro, e foi o que fez Alexandra Lucas Coelho (ver página 6). Mas a partir do W espiolha-se Barcelona, sem a cidade dar por nós. Divertimo-nos a olhar as proezas e os azares dos surfistas que desafiam o frio das águas no Mediterrâneo de Março ou os corajosos que decidem despir-se na praia num sábado em que as temperaturas não ultrapassam os 10 graus.
Localizado num dos extremos da baía de Barceloneta, o W-Barcelona tem provavelmente a melhor vista da cidade. Pelo menos de um dos lados. O hotel, em forma de vela, desenhado pelo arquitecto catalão Ricardo Bofill (fez em Portugal o Atrium Saldanha), tem 473 quartos. De um lado vê-se Barceloneta e grande parte da cidade. Do outro lado a vista é menos apelativa. O mar continua lá, mas não há praia. Vê-se o porto e Montjuic.
A dimensão colossal do hotel, com os seus 26 andares, não se sente lá dentro. No restaurante Bravo, gerido pelo cozinheiro Carles Abellan, que trabalhou vários anos com Ferran Adrià do famoso El Bulli, estruturas de madeira compartimentam o espaço. Quanto à comida, não há reparos. A qualidade é exemplar, a apresentação original e a quantidade q.b. Ao pequeno-almoço distinguem-se os sumos naturais, as frutas, a variedade de queijos e de enchidos.
Cá fora há uma piscina virada para o mar, integrada numa zona ampla de esplanadas. Sofás múltiplos e camas exteriores servem os aficionados do sol.
Apesar de luxuoso, a principal imagem do hotel é o design e a modernidade. Exemplo disso são os funcionários, sempre prestáveis, que nos abrem a porta do carro ou nos levam a mala até ao quarto. Mas aqui não há mordomos. São todos jovens, vestidos de forma informal, e apresentam-se mal nos abordam. Entre os serviços que se oferecem está o Whatever/ Whenever, que se diz capaz de concretizar todos os sonhos/ pedidos dos hóspedes, desde que legais, claro está.
A música é um elemento constante, puxando às vezes por uma batida que convida à dança na discoteca Eclipse, no 26.º piso. Não estranhe as muitas melancias que se vêem por lá - é que os cocktails de melancia estão na moda. E podemos comprovar: valem bem a experiência.
As delícias do Bliss, um spa de marca
Centenas de guarda-sóis coloridos e uma multidão de papo para o ar a apanhar sol. Não se assuste. Não há filas neste spa. São apenas as fotos gigantescas que decoram o Bliss de Barcelona, um marca que aposta numa atmosfera descontraída ao som de músicas ritmadas. Uma agradável sala de estar onde se pode relaxar enquanto se trinca uma fatia de bolo acompanhada por uma limonada é uma das imagem de marca dos 22 Bliss actualmente espalhados pelo mundo. Em Barcelona, também há champanhe e quem optar pelas bebidas quentes pode tomar um chá.
Na parede há dezenas de revistas penduradas para agradar a todos os gostos. Livros de fotografias sobre a cidade ou jornais do dia são algumas das alternativas. Mas aqui não há que ter a preocupação de estar ocupado. Afinal, estamos no sítio indicado para apreciar o dolce fare niente.
Não que não haja muitas opções ao nosso alcance. Nos 700 metros quadrados deste moderno spa, desenhado pelo arquitecto catalão Ricardo Bofill, há dois pisos, o superior ocupado com uma loja onde se podem adquirir os produtos da marca Bliss, utilizados nos tratamentos. Na parte de baixo ficam os balneários, os gabinetes de massagem, o jacuzzi, a sauna e o banho turco, os últimos três mistos. Também há quatro pequenos guichets: dois para manicure e dois para pedicure (entre os 30 e os 70 euros).
Os tratamentos vão das massagens faciais (a partir dos 75 euros) às tradicionais massagens corporais, passando por algumas bastante mais exóticas, como as de cenoura e sésamo (dura 90 minutos e custa 150 euros), que inclui a colocação de folhas de cenoura e fricção com um óleo quente, salpicado de leite quente e mel. Depois de embrulhada a pele num creme, esfrega-se o corpo com sementes de sésamo e sal marítimo para retirar os fragmentos ásperos que lá ficaram retidos. O tratamento termina com um duche Vichy.
No que nos diz respeito, tivemos direito a um tratamento mais tradicional. Começou com uma massagem de cera quente nos pés, que foram depois embrulhados num material húmido e quente. Apesar de ter um objectivo relaxante, confessamos que a força do nosso massagista redundou num toque um pouco sádico. Fazer trabalhar os músculos, às vezes, tem os seus custos. No final saímos directamente do chuveiro para a cama. Mas há que sublinhar: dormimos muito bem!
W-Barcelona
Plaça de la Rosa dels Vents, I
Barcelona 08039
Espanha
Tel.: 0034 93 295 28 00
www.whotels.com/barcelona
Preços: Duplo com preços mínimos em redor de 265 euros (2011)
A Fugas viajou a convite do W-Barcelona