Fugas - Motores

Rita Baleia

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Um Chevrolet à medida dos tempos de crise

Barómetro
+ Preço, conforto de condução, equipamento (em especial de segurança)
- Consumos, kit de reparação de pneus, falta de compartimentos abertos para colocar objectos à frente

Economia não exclui segurança
O Chevrolet Cruze é uma proposta acessível dentro do segmento C e, em alguns aspectos, o fabricante procurou reduzir custos. Mas no que se refere à segurança não houve poupanças. Dotado de zonas de deformação numa estrutura rígida e resistente com um novo sistema de carroçaria integral, airbags frontais, laterais e de cortina, ABS com distribuição electrónica da travagem, controlo de estabilidade e de tracção, pedais retrácteis, fixações Isofix, desenho do capot para protecção de peões, aviso de colocação de cintos, etc., o Cruze de quatro portas obteve, em 2009, o máximo de 5 estrelas nos testes do Euro NCAP, com 96% na protecção de ocupantes adultos e 84% nas crianças. Onde pontuou menos foi na protecção dos peões, com 34%, e nos dispositivos auxiliares de segurança, 71%, por não ter regulador/limitador de velocidade. No entanto, o Cruze de cinco portas já traz esse dispositivo de série.

E não se pode exterminá-lo?
A mala do Cruze de cinco portas, se bem que menor do que a da variante de quatro portas (413 litros para 450 litros), é ampla e, com os bancos traseiros rebatidos, atinge os 883 litros. Porém, sob o seu fundo, num espaço onde caberia perfeitamente uma roda normal ou de emergência, está um kit de "reparação" de pneus. A Chevrolet, infelizmente, aderiu a esta moda muito discutível - em 2009, o Cruze de quatro portas que conduzimos ainda trazia um pneu de dimensões normais. O kit, além de estragar o pneu (não pode ser reparado), ainda tem os custos do seu reenchimento. Acresce que só serve para pequenos furos: se o pneu sofrer um rasgão, tem de se chamar um reboque. Como acessório, por 138,40€ + IVA, pode-se adquirir uma jante sobresselente (sem pneu).

À média luz
A instrumentação do Cruze, dentro do espírito que norteou a concepção do carro, é simples e bem visível. Os visores do computador de bordo, do velocímetro, do conta-rotações e do nível de combustível localizam-se em frente do posto de condução e são de fácil consulta, sem perder de vista a estrada. Há, porém, uma excepção: o ecrã do rádio está situado ao centro do tablier, obrigando o condutor a desviar o olhar. Além disso, tem pouco contraste e, com sol a incidir sobre ele, torna-se ilegível.

Design versus funcionalidade
Tal como na berlina, o cockpit do Cruze de 5 portas, inspirado no do superdesportivo Corvette, é duplo, com os lugares de condutor e pendura divididos pela coluna central, onde se situa a alavanca das mudanças. Porém, se o design é esteticamente atractivo, perde em funcionalidade. Não é só o caso do Cruze - há uma tendência de, actualmente, os designers de automóveis esquecerem aqueles pequenos espaços abertos à frente que tão úteis são para colocar carteira, telemóvel, moedas, etc. É certo que há bolsas laterais, bem como compartimentos fechados no topo do tablier e no apoio de braço, mas não é a mesma coisa. Mesmo em modelos da Chevrolet, até o pequeno Spark é mais funcional nesta vertente...

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