As carroçarias de quatro portas são bem acolhidas noutros países, mas em Portugal as preferências recaem nas carrinhas ou nas variantes de cinco portas e as berlinas de três volumes são uma fatia menor dos automóveis vendidos. Porém, o Chevrolet Cruze, apesar de só estar disponível na variante de quatro portas, conquistou em dois anos o seu espaço no mercado português. Agora, com o lançamento da versão de cinco portas e preços de combate, os responsáveis da marca americana esperam reforçar a implantação deste pequeno familiar.
A Fugas teve oportunidade de conduzir esta variante de carroçaria, que a Chevrolet designou por Cruze Sport, com o propulsor de 1598cc, com 124cv, a gasolina, e caixa manual de cinco velocidades. Esta versão tem um único nível de equipamento, LT, e custa 18.750€. No entanto, no lançamento há um desconto de 1000€, pelo que o preço baixa para 17.750€ até final deste mês. Há ainda outro propulsor a gasolina, com 1796cc, 141cv e um binário de 176 Nm às 3800 rpm, que, associado a uma caixa automática de seis relações, tem médias de 6,6 l/100 km e 155 g/km de CO2, e 195 km/h de velocidade máxima. Com o mesmo nível único LT, custa 21.250€.
No próximo mês, o Cruze Sport recebe o motor 1998cc, a gasóleo, com 163cv e 360 Nm entre as 1750 e as 2750 rpm, que, com caixa manual de seis velocidades, atinge os 205 km/h e tem médias de 4,4 l/100 km e 147 g/km de CO2. Esta motorização também pode vir acoplada a uma caixa automática de seis relações. Com caixa manual, custará 25.490€; com caixa automática, 30.090€. Para a diferença de preço entre versões de gasolina e de gasóleo também contribui o facto de o nível de equipamento, LTZ, ser superior. Em meados de 2012, à gama de motorizações será adicionado um 1.7 a gasóleo, com 130cv, já conhecido do Opel Astra.
No que se refere ao Cruze Sport 1.6, a gasolina, os 124cv do motor proporcionam uma boa resposta às solicitações da condução, nomeadamente nas recuperações e ultrapassagens. A caixa de velocidades está bem escalonada e o seu manuseamento é fácil e suave. No intuito de ajudar a uma condução mais económica, existe um indicador de mudança de velocidade nos veículos que trazem caixa manual.
No entanto, o Cruze a gasolina não se destaca pela economia de consumos de combustível: o construtor alega uma média de 6,6 l/100 km, mas numa condução em que não se esforçou muito o carro, em percurso misto com larga componente de auto-estrada e alguns engarrafamentos, não conseguimos fazer melhor que 7,8 l/100 km. Porém, face ao preço do Cruze 1.6, terão de se fazer muitos quilómetros anuais para compensar a diferença de custo para um veículo com motor a gasóleo mais económico.
Este pequeno familiar é confortável e estável em estrada, graças a um sistema de carroçaria integral (importante também para a segurança) e uma suspensão eficiente, com poucos ruídos e vibrações, mesmo em pisos mais irregulares. Em termos de equipamento, destaca-se pelos dispositivos de segurança.
Por fora, faz jus ao nome Sport, tendo linhas mais desportivas do que a variante de quatro portas: a dianteira é idêntica, mas na parte de trás, o tejadilho mergulhante e o spoiler dão-lhe um outro dinamismo. O interior é elegante - embora predominem os plásticos duros -, e a posição de condução confortável, com o apoio de braço (sob o qual existe um compartimento) bem posicionado. Uma alavanca de mudanças curta e inserida na consola central dá ao Cruze Sport um certo visual desportivo. Condutor e pendura dispõem de espaço amplo à frente e atrás dois passageiros sentam-se bem. Porém, o espaço ao meio para o quinto ocupante é reduzido, tanto para as costas como para as pernas, neste caso devido ao túnel central. Os bancos são rebatíveis em 40/60 e as costas do lugar do meio baixam-se, transformando-se numa mesa com dois porta-copos.
A lista de opcionais é curta e praticamente só inclui o tecto de abrir e o sistema de navegação. Como acessório, para substituir o kit de reparação de pneus, por 138,40€ + IVA, está disponível uma roda sobresselente em ferro (pneu não incluído).
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