Fugas - Motores

  • O BMW Welt, projectado por Wolf Prix, abriu em 2007 e acaba por ser um centro de diversões para adultos que gostam de carros e motas.
    O BMW Welt, projectado por Wolf Prix, abriu em 2007 e acaba por ser um centro de diversões para adultos que gostam de carros e motas. Matthias Robl
  • O complexo constituído pela torre “quatro cilindros”, pela “taça”- museu, pelo “tornado”- BMW Welt e pela fábrica BMW é um dos locais mais procurados pelos turistas em Munique
    O complexo constituído pela torre “quatro cilindros”, pela “taça”- museu, pelo “tornado”- BMW Welt e pela fábrica BMW é um dos locais mais procurados pelos turistas em Munique Matthias Robl
  • O BMW Isetta de 1995 (ao centro) parece um brinquedo e é um dos veículos mais fotografados do museu.
    O BMW Isetta de 1995 (ao centro) parece um brinquedo e é um dos veículos mais fotografados do museu. Matthias Robl
  • A escultura móvel do museu da BMW é um prodígio de sincronização que encanta os visitantes
    A escultura móvel do museu da BMW é um prodígio de sincronização que encanta os visitantes Matthias Robl
  • Matthias Robl
  • Matthias Robl
  • Do alto da Torre Olímpica desfrutamos de uma das melhores vistas sobre os Alpes, Munique e a “cidade da BMW”
    Do alto da Torre Olímpica desfrutamos de uma das melhores vistas sobre os Alpes, Munique e a “cidade da BMW” Matthias Robl

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A “taça” da BMW fez 40 anos e guarda uma história quase centenária

Assumem-se, sim, as dificuldades do pós-guerra. As fábricas de motociclos que haviam celebrizado a Alemanha entravam em colapso. Os alemães estavam demasiado pobres para as comprar e o resto do mundo ocidental entrava numa fase de boom económico que permitia à classe média, ou a uma certa classe média, deixar de comprar motociclos e fazer o upgrade, também social, para o automóvel.

Numa altura em que enfrentava grandes dificuldades e em que quase fechou, a BMW encontrou duas tábuas de salvação: uma nas motos, cuja fiabilidade e qualidade geral lhe valeram contratos com forças policiais de todo mundo; outra naquilo a que chama “um carro de transição”, o BMW Isetta de 1955, outra estrela do museu. Fabricado por licença da italiana Isetta, parece um brinquedo, este micro-carro onde não se entra por uma porta de lado, mas pela frente. O pára-brisas e toda a frente do carro são a porta de entrada, que, quando se abre, sai com volante e tablier e tudo. Há sempre muita gente a fotografá-lo.

De resto, como não podia deixar de ser, estão aqui representados modelos emblemáticos, como o 2002 dos anos 1970 que lançou a marca para o segmento premium, e todas as séries consecutivas em que a BMW passou a dividir os seus modelos, da mais recente Série 4 à mais antiga Série 5, passando pela mais popular Série 3, que já vai na 6.ª geração. O mesmo vale para as versões M, as desportivas, identificáveis pelo discreto emblema com esta letra e a três pequenas riscas em azul (Baviera), vermelho (da antiga parceira, a petrolífera Texaco), e roxo no meio (a mistura das cores precedentes). E destacam-se também osroadsters, como o M1, que ficou conhecido por “Ferrari Killer”, ou os da gama Z, de Zukunft (Futuro), como o Z3 conduzido por James Bond (Pierce Brosnan) no filme Goldeneye (1995) ou o Z8 que o mesmo famoso agente secreto usou, quatro anos mais tarde, em The World is Not Enough.

O Z8 presta homenagem a outro desportivo, o exclusivo 507 (1956-59) do qual foi recentemente vendido em leilão, em Nova Iorque, a um comprador não identificado, um exemplar por 1,7 milhões de dólares… Elvis Presley teve um, branco. A cor do carro não o ajudava a passar despercebido na Europa. E invariavelmente encontrava o carro cheio de recados de amor, pintados a bâton. A BMW passou a fazer o carro também em red lipstick.

O museu da BMW não olha apenas pelo retrovisor e nele espreitamos também o futuro. Que, às vezes, já deixou de o ser. São os casos do i3, o citadino eléctrico já em comercialização, e do híbrido i8, um roadster que chega em 2014 mas cujo protótipo já se passeou pelo último filme da saga Missão Impossível.

Um mundo à parte

O presente da BMW está num mundo à parte: o BMW Welt. Esqueça-se tudo o que se disse atrás sobre este edifício. O que ele é, na verdade, é um enorme parque de diversões, para adultos que gostam de carros e motas. Tudo o que o grupo BMW tem à venda, e mais alguma coisa, seja BMW, Mini ou Rolls Royce, está aqui para explorar. Os visitantes são mesmo encorajados a abrir as portas, se for o caso, e a sentarem-se nos veículos. Bem, não nos Rolls Royce. Não raro, vemos uma mota a circular ou descobrimos que estamos no caminho — teremos que nos adaptar a isto — de um silencioso i3, que leva alguém ao lado que quis andar pela primeira vez num carro eléctrico. Regra de ouro no BMW Welt: não se pressiona ninguém a comprar nada.

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