A iniciativa partiu do operador de câmara Bob Poole que, em Abril de 2010, já tinha referido ao PÚBLICO o quão chocado ficou ao perceber como a guerra tinha sido devastadora para a espécie, deixando uma pesada herança genética (muitos sem dentes) e transformando-os, contrariamente ao que é o seu comportamento habitual, em elefantes anti-sociais. "Assistiram a tanta morte, a tanta tragédia, que têm medo."
Porém, Bob Poole, que conseguiu algumas imagens impressionantes destes colossais mamíferos sem que estes dessem pela sua presença, garante que os animais, embora continuem a "não gostar de humanos", "sentem-se hoje mais seguros". Findas as filmagens de Paraíso Perdido de África, Poole acabaria por regressar aos Estados Unidos e convencer a irmã, Joyce Poole, uma investigadora de elefantes de renome (e co-fundadora da Elephant Voices, organização dedicada a proteger estes admirados animais), a descobrir o estranho e "triste", como descreveu, comportamento dos bichos.
A dupla aterrou no parque nacional moçambicano, em processo de recuperação pela Fundação Greg Carr e onde um projecto de turismo luso se encontra em desenvolvimento, no fim da estação das chuvas do ano passado com o objectivo de arrancar os gigantes ao seu comportamento violento.
O resultado estreia a 14 de Março em Washington, no Festival de Cinema Ambiental, e será seguido por um debate que inclui os manos Poole e o produtor David Hamlin.
Apresentação do primeiro documentário, O Paraíso Perdido de África