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Dário Cruz

O pastel de nata prepara-se mesmo para conquistar o mundo

Por Alexandra Prado Coelho

Antes mesmo de o ministro da Economia ter provocado algumas gargalhadas com a ideia de um franchising dos pastéis de nata, a empresa beBusiness estava a trabalhar no projecto - está tudo pronto para uma marca portuguesa, com uma imagem ligada a Lisboa, começar a vendê-los em Portugal e no Brasil, enquanto planeia outros voos.

E por que não um franchising dos pastéis de nata?, perguntou o ministro da Economia. João Cunha e a equipa da empresa beBusiness - Gestão de Marcas e Franchising não queriam acreditar no que estavam a ouvir. Eles que andavam há vários meses a preparar um franchising dos pastéis... O plano de negócios está traçado, a marca (cujo nome ainda não divulgam) será lançada até ao Verão e a beBusiness espera este ano ter dez lojas abertas em Portugal e 20 no Brasil. Neste momento, a empresa está a desenhar a imagem e a seleccionar a melhor receita e o melhor local para a confecção do primeiro pastel de nata que será internacionalizado, em regime de franchising, a partir de Portugal.

Não será, de todo, a primeira marca de pastéis de nata a tentar conquistar o mundo. No final dos anos 80, o inglês Andrew Stow abriu em Coloane, Macau, uma pastelaria a que chamou Lord' s Stow Bakery e onde começou a vender uma versão (diz-se que com um creme um pouco mais pesado) dos pastéis de nata que tinha conhecido durante uma visita a Portugal. O sucesso foi tanto que a marca espalhou-se pela Ásia e hoje existem franchisings em Hong Kong, Filipinas, Coreia do Sul e Japão. Há também empresas a vender os pastéis da Austrália aos EUA.

O que distinguirá a marca portuguesa dos outros? "A marca tem de ser suficientemente diferenciada. Por isso fomos buscar um ADN para este conceito, que passa por valores culturais, sociais, linguísticos que fazem parte da história de Lisboa. Vamos vender os pastéis rodeados pelo universo de valores da cidade. É com base nisso que vamos enriquecer a história", explica João Cunha. Ou seja, vender os pastéis vendendo Lisboa. "Não podemos dissociar o produto da sua história".

A beBusiness (que já tem experiência noutros sectores, do imobiliário às flores - marca Bloem - à mais recente Wine Element - Vinhos e Tapas - com uma unidade em Lisboa, na LxFactory), prevê a abertura gradual de lojas em Portugal (o objectivo é 50 em 2014) e no Brasil (200 em 2014). Há planos para outros países, nomeadamente a China, o Japão, Inglaterra, França, mas não vão avançar já. 

E quanto aos mais célebres dos pastéis de nata, os Pastéis de Belém? Responde Miguel Clarinha, responsável pela comunicação da Antiga Confeitaria de Belém: "A ideia está nas nossas cabeças". "Mas acreditamos que há ainda uma margem de progressão aqui na confeitaria, e queremos para já fazer uma melhoria do espaço. Além disso, não queremos pôr em risco a identidade da marca - não queremos perder a receita [que é mantida em segredo] nem a forma de fabrico tradicional."


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