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UNESCO classifica Universidade de Coimbra como Património Mundial

Por André Jegundo, Mário Lopes, Nelson Garrido (fotos), Joana Bourgard (vídeo)

A Universidade de Coimbra é símbolo de uma “cultura que teve impacto na humanidade”. UNESCO classifica universidade como ícone da cultura portuguesa no mundo

Após quinze anos de um trajecto longo e complicado, a candidatura da Universidade de Coimbra foi reconhecida no sábado como Património Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), decisão tomada na 37ª sessão do Comité do Património Mundial, em Phom Penh, no Cambodja.

Apesar dos últimos pareceres feitos pelo ICOMOS – órgão consultivo da Unesco – que aconselhavam a não inscrição, já esta sessão, da Universidade de Coimbra (UC) na lista do património mundial, os vários representantes dos países do Comité do Património Mundial foram unânimes no reconhecimento da valor da candidatura.

Para além dos critérios no qual a candidatura vinha fundamentada, e que tinham que ver sobretudo com o valor patrimonial do conjunto de edifícios que integram a área da candidatura, foi acrescentando um terceiro critério que reconhece a UC como símbolo de uma “cultura que teve impacto na humanidade”, diz o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva.

“Para mim, como reitor, isso ainda torna este momento mais emocionante e especial. O que foi distinguido hoje pela Unesco não é apenas um conjunto de edifícios antigos e bonitos. A Universidade de Coimbra foi reconhecida como o ícone de uma cultura e de uma língua que é portuguesa, que ajudaram a modelar o mundo como o conhecemos. É uma coisa de uma dimensão extraordinária. Como reitor até me sinto pequenino perante uma coisa desta dimensão”, afirma.

Clara Almeida Santos, vice-reitora para a Cultura e Comunicação, que está no Cambodja a representar a universidade, diz ter ficado “comovida” com a forma como os delegados dos países membros do Comité do Património Mundial, subscreveram a “inscrição imediata da Universidade de Coimbra na lista de Património Mundial”, apesar do parecer do ICOMOS.

“E com intervenções que nos devem deixar extremamente orgulhosos, porque falaram na importância da universidade na divulgação da ciência e da língua portuguesa no mundo. O embaixador indiano referiu a importância da língua portuguesa como veículo de cultura e com uma influência expressiva na Índia. O embaixador tailandês agradeceu a Portugal ter levado as malaguetas para a Tailândia”, descreve.

“Ficámos muito orgulhosos de ouvir 21 membros de países diferentes, de todas as partes do mundo, a defenderem a inscrição imediata da universidade na lista do Património Mundial porque reconheceram nela um valor excepcional”, acrescenta o presidente da autarquia de Coimbra, João Paulo Barbosa de Melo, que está também no Cambodja.

Para o autarca, a decisão da Unesco representa uma “enorme responsabilidade” para a cidade, para a universidade e para o país de “fazer mais e melhor por este património que foi hoje distinguido”. “Hoje chega ao fim um trabalho de anos. Foi um trajecto difícil. Mas amanhã começa um novo desafio: começa o trabalho da universidade, da cidade e das autoridades nacionais de se empenharem ainda mais na valorização e preservação deste património e de cuidá-lo para futuras gerações. É uma grande responsabilidade”, afirma, convidando a cidade a “festejar” a decisão da UNESCO.

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