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Ondajazz fecha portas em Lisboa

Por Luís J. Santos, Lusa

Clube de jazz de Alfama põe fim a nove anos de música "por causa da crise". O encerramento está marcado para 28 de Fevereiro e o espaço deverá tornar-se uma casa de fado.

"Após nove anos de concertos, partilhas, noites mágicas, cumplicidades", o Ondajazz vai "fechar as suas portas por não conseguir mais fazer face a uma política agressiva que despreza a cultura".

O anúncio foi feito no Facebook oficial deste bar-restaurante que tem vivivo sob o mote da música ao vivo no bairro de Alfama, a dois passos da Sé de Lisboa. "Até ao fim, mantivemos a nossa linha de conduta perante a música e a cultura", escrevem. Uma das fundadoras do espaço, Corinne Riou, resumiu entretanto à Lusa que o encerramento é "por causa da crise".

"Estamos em esforço há muito tempo e a crise, o poder de compra e a subida do IVA na hotelaria e na cultura também não ajudam qualquer pequeno negócio sem apoio", refere Riou.

No final de Fevereiro, o clube despede-se com um "último concerto" mas mantém a programação prevista ao longo do mês. "Iremos dar o nosso melhor para manter a programação a que habituámos os nossos clientes, aproveitando para nos irmos despedindo das pessoas que ao longo destes anos todos ajudaram a fazer do Ondajazz o que é hoje", referem.

Entre agradecimentos ("do fundo dos nossos corações") ao público, músicos e equipa da casa, resume-se a quase década de vida da casa como uma "maravilhosa aventura". Fecham-se as portas mas, sublinham, "a memória e a magia ficam".

Ao longo do mês, é de esperar que muitos fãs se vão despedindo da casa, concerto a concerto. Na agenda para este derradeiro Fevereiro incluem-se Bruce Henri (21), Sofia Vitória (22), o tradicional "palco aberto" - que deverá ser muito concorrido já que é a última vez que o palco se abre deste modo (dia 26), Une Maison Française (última sessão de um ciclo de concertos dedicados à música francesa) e Espelhos (ambos dia 27) e, por fim, o pianista Victor Zamora e grupo (28).

O Ondajazz abriu em Outubro de 2004, projecto de Victor Felizardo, Thierry e Corinne Riou. Entre música ao vivo, copos e refeições, o clube viveu sempre sob o mote do jazz, embora com "uma visão ampla" deste género musical, incluindo na sua programação "as músicas do mundo", as "sonoridades africanas e orientais ou os ritmos latinos". Pelo seu palco, passaram artistas como Mário Laginha, Maria João, Bernardo Sassetti, Júlio Resende, Carlos Barretto, Carlos Bica, Jacinta, Fernando Girão, Rao Kiao, Vitorino, Luanda Cozetti, Paulo de Carvalho, Sara Tavares, Viviane, Carmen Souza, João Afonso ou Laurent Filipe.

Com o jazz a calar-se no Ondajazz, o espaço, segundo Corinne RIou, deverá mudar de mãos em breve, tornando-se a nova casa de fados do bairro onde este género musical é rei – a dois passos, ficam casas conceituadas como a Casa de Linhares (Bacalhau de Molho) ou o Clube de Fado.

Há cerca de um ano, outro clube dedicado ao jazz fechou em Lisboa, o Catacumbas Jazz Bar, no Bairro Alto.

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