Quem entra nesta loja é brindado com muita cor e variedade – além de um “cais” em letras néon rosa que identifica onde estamos, aqui há uma pequena mancha colorida de conservas, vinho do Porto, queijos, presuntos, faianças, sardinhas (em tabuleiro, azulejo, porcelana), sabonetes, muitos vinhos. E um denominador comum: é tudo 100% português.
A Cais Pimenta Rosa, irmã mais nova da mercearia Pimenta Rosa e do restaurante homónimo, em Campo de Ourique, abriu as portas em Abril para ser “uma montra do que de melhor se produz no país” e já conquistou o português exigente, os turistas e os curiosos. “Há muitos portugueses, não estávamos à espera. Mas é um público português cada vez mais exigente, conhecedor”, conta à Fugas Marco Puga, responsável pela Pimenta Rosa. “Claro que 80% das pessoas que aqui entram são clientes estrangeiros, é turismo, a localização convida a isso. Mas é giro que ao fim-de-semana já são mais os portugueses”, acrescenta.
Muitos destes portugueses exigentes já conheciam a loja de Campo de Ourique – onde a aposta “é mais gastronómica, sem a parte gift” – e vêm espreitar o que esta traz de novo. “O espaço é completamente diferente, mais urbano. A loja é maior e tem provas constantemente, que lá não há e procuram muito isso”, esclarece Puga.
Aqui, há “parcerias com grandes marcas portuguesas”, como a Claus Porto e a Bordallo Pinheiro, mas também há uma “busca constante de Norte a Sul do país, pelas regiões de turismo, grandes e pequenos produtores, feiras regionais”. O objectivo, frisa Marco Puga, é alargar a oferta com produtos premium, de “excelente qualidade”, “impossíveis de encontrar em supermercados”.
Entre os produtos de excelência que "são um fenómeno de vendas impressionante", está a linha de homem da Claus, a faiança artística da Portugal Gift, as louças Bordallo Pinheiro e Vista Alegre, os picantes – "todo o turista procura, sabem que o picante português é muito bom" –, azeites, conservas "emblemáticas e apelativas" como as Cego do Maio, vinhos do Porto, aguardentes.
Enquanto conversamos, há garrafas de vinho abertas em cima de uma mesa à entrada – é o convite, a quem entra, para provar, para conhecer. É este o clima “descontraído” da loja, que às sextas e sábados pode promover tanto degustações de presunto da Casa do Porco Preto como provas de vinho com comentários de produtores e enólogos ou showcookings (que serão retomados em Setembro, a todas as últimas sextas-feiras) de pudim de Abade de Priscos, com um elemento da confraria a confeccionar a receita na loja.
Pela escada em caracol, subimos até ao mundo dos vinhos – há mais de 600 referências nacionais (muitas de pequenos produtores) e é aqui, num espaço “mais intimista” e mais “acolhedor”, que grupos de seis a oito pessoas podem marcar a sua prova e degustação de vinho com “um conceito mais específico” do que as provas à entrada da loja. Estas podem ser em português, inglês ou francês e exigem marcação. “Damos a conhecer o nosso vinho, a região, a diferença entre castas (Norte, Sul, Dão). É uma coisa mais complexa, mais estrutura”, explica o responsável.