Fugas - restaurantes e bares

  • Enric Vives-Rubio
  • Enric Vives-Rubio
  • DR/Pitcher
  • DR/Pitcher
  • DR/Pitcher
  • DR/Pitcher
  • DRDR/Pitcher
  • DR/Pitcher

Pitcher, os cocktails sobre rodas de Lisboa

Por Joana Ramos Simões

Trocaram a arquitectura pelas artes das bebidas e estrearam-se este Verão com um bar sobre rodas em Lisboa. Especialidades: frascos e frascos de refrescos e cocktails.

Desencantados com a carreira na arquitectura — área e formação que garantem continuar a “adorar” —, Alexandre Bettencourt, de 30 anos, e António Coelho Dias, de 31, decidiram dedicar-se a 100% à vida de “barman”, mas fazem-no numa bicicleta. Assim nasceu o Pitcher Cocktails, que vende bebidas sobre rodas na Ribeira das Naus, em Lisboa. 

O contacto com os ‘shakers’ começou na altura em que, depois de ter acabado o curso, Alexandre começou a trabalhar na dissertação final. “Um amigo meu tinha uma empresa com serviço de bar e eu comecei a trabalhar com ele e a ganhar experiencia de 'barman'. Alem disso, tirei vários cursos. Para ir conseguindo pagar o mestrado”, conta.

A dada altura, começou a ser contactado por pessoas que “queriam ter cocktails em casa”. Em vez de sugerir a montagem de um bar em casa, “porque é exagerado se alguém quer só beber uns cocktails em casa com os amigos”, Alexandre teve a ideia de “criar cocktails que se pudesse levar numa embalagem para casa dos clientes”. Foi nessa altura que surgiu o nome da empresa, da qual fazem parte também António Coelho Dias e Marta Aranha, de 28 anos: Pitcher Cocktails.

“Pitcher” em inglês significa “jarro de cocktails, algo que os americanos fazem muito”, explicou Alexandre. Os jarros começaram a ser feitos para entregar em casa de amigos. Com o “passa palavra”, além de levarem jarros a casa, começaram também a “fazer serviços de festas, casamentos e baptizados”.

Arquitectura aplicada ao negócio

“Mas a nossa marca ainda não era conhecida suficiente perante o público”. Então, surgiu a ideia de transformar uma bicicleta num bar, “há cerca de um ano”. “Tentámos várias abordagens, mas não eram as correctas. Vi este sistema das bicicletas em cidades do Norte da Europa e fiquei fascinado. Achei que era perfeito para a nossa cidade [Lisboa]”, recordou. Apesar de Alexandre e António terem deixado a Arquitectura de lado, garante que aplicaram no negócio “as competências” adquiridas no curso.

“Desenhámos a bicicleta, desenhámos a nossa cozinha, utilizamos as competências no dia-a-dia. Montar um projecto, os planos de negócio, tudo isso vem com uma disciplina que adquirimos através dos estudos”, referiu Alexandre. Além disso, da arquitectura vem também “toda a parte criativa”: “Queremos fazer coisas diferentes e estamos sempre a pensar no que podemos fazer diferente. Os três somos criativos”.

Fixemo-nos então na bicicleta/bar, que está estacionada na Ribeira das Naus, já perto do Cais das Colunas, desde Junho. A carta é “bastante simples”. Há três refrescos (limonada, limonada de hortelã e chá de meloa) e três cocktails (mojito, morangoska e gin tónico), tudo “artesanal e fresco”, seguindo receitas próprias. As bebidas são servidas em frascos de plástico, que parecem de vidro e se assemelham aos tradicionais frascos de doce, e podem ser levados para casa com tampa e tudo. No início, Alexandre e António chegaram a estar ‘atrás do balcão’ a servir os clientes, fardados com os chapéus de coco e os blazers de riscas, “que os turistas adoram”.

--%>