Fugas - restaurantes e bares

  • Sushic no Tagus Village
    Sushic no Tagus Village DR
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  • Sushic em Almada
    Sushic em Almada DR
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Sushic atravessa o Tejo e chega ao Chiado

Por Alexandra Prado Coelho

Os utilizadores do TripAdvisor consideraram-no o segundo melhor restaurante japonês fora do Japão. Agora o Sushic expande-se para dois novos espaços: numa quinta, ainda em Almada mas à beira-rio, e no centro de Lisboa.

Não há prédios nem outras construções a interromper-nos a vista. À nossa frente temos o Tejo. Do outro lado, Lisboa. Passam barcos, e a luz forte da hora do almoço vai-se tornando mais doce à medida que a tarde avança. Pela nossa mesa têm passado algumas das especialidades do Sushic, o restaurante criado por um português e que, para surpresa até do proprietário, foi considerado o segundo melhor japonês fora do Japão pelos utilizadores do TripAdvisor.

Hugo Ribeiro, está sentado à nossa frente nesta varanda da Quinta do Tagus Village, à beira-Tejo, onde o Sushic está a instalar-se naquela que será a sua primeira aventura fora do espaço-mãe, em Almada. Desde o final do ano que os clientes dos Sushic podem passar a comer o sushi (tradicional mas sobretudo de fusão) que o restaurante oferece com esta vista extraordinária na quinta de família onde se criam cavalos, mas que foi também adaptada a turismo (actualmente com seis suites, a partir de Março com nove).

Hugo conta-nos o que tem sido a aventura do Sushic – um restaurante que nasceu porque ele “era tão fã de comida japonesa que gastava o ordenado todo em restaurantes de sushi” e a certa altura achou que o melhor era ter um seu – e dos planos de expansão a concretizar já este mês. Durante algum tempo, este era apenas mais um restaurante japonês, com a particularidade de se situar na margem Sul, onde a oferta escasseia. Do outro lado do rio, em Lisboa, quase ninguém tinha reparado nele.

Foi a pouco e pouco, conta Hugo, que os clientes começaram a vencer a relutância em atravessar o rio e acabaram por perceber que não era assim tão longe, até porque, sem trânsito, bastam alguns minutos para aqui chegar. A fama do restaurante foi crescendo e chegou então a inesperada notícia do TripAdvisor. Hoje, quem atravessa a ponte, encontra logo cartazes a anunciar que é ali que fica o “segundo melhor restaurante japonês do mundo” (o primeiro, segundo os utilizadores do TripAdvisor é o Jorudan Sushi, em Nápoles, Itália). “Não foi trabalhado”, garante Hugo. “Mas a partir daí foi o descalabro”, afirma, rindo. Por “descalabro” entenda-se um restaurante sempre cheio. “No Verão estávamos com duas semanas de reservas”.

Animado pelo sucesso, Hugo prepara-se para, nas próximas semanas, trazer o Sushic até Lisboa, onde se instalará no Chiado. Mas não será apenas este projecto que levará o empresário a atravessar o rio – dos planos de Hugo faz também parte a abertura de uma chocolataria na Baixa, com bombons de produção própria, feitos pelo seu chefe pasteleiro, Pedro Dias. “Vão ser mesmo diferentes”, assegura Hugo, explicando que, entre outras coisas, vão usar bebidas tradicionais portuguesas.

Ao longo da conversa vamos percebendo que ideias não faltam a este antigo funcionário da RTP, formado em cinema e vídeo, e autodidacta no que diz respeito à cozinha. “Não tinha formação. As técnicas foram aprendidas com os profissionais que vieram trabalhar comigo”, explica. No início do Sushic, há dois anos (num primeiro espaço que tinha apenas 22 lugares), Hugo atendia às mesas “para conseguir perceber melhor os clientes”. A ementa foi muito desenhada a partir daí e do seu gosto pessoal. “A parte criativa passa muito por mim. Mas penso que conseguimos criar o equilíbrio entre o tradicional e a fusão.”

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