Nesta segunda-feira, voltou-se às origens e provou-se o futuro. Mostrou-se como nasce a fogaça da Feira, as etapas do processo de fabrico tradicional até entrar no velhinho forno do castelo – e diz quem percebe da arte que as fogaças que saem daquele forno têm um sabor especial. Ao final da manhã, provou-se o pão doce genuíno depois de os olhos e os estômagos terem viajado por algumas transformações gastronómicas que prometem figurar em várias ementas feirenses.
Certificar para travar cópias
Usar fogaça noutras iguarias não é olhada como uma heresia, mas sim como prova que um pão doce com 510 anos de história está à altura de inovar no campo da culinária. Criações e derivados deste produto são bem-vindos e Santa Maria da Feira insiste para que a sua fogaça esteja devidamente protegida. O processo de certificação está em andamento. “A fogaça tem um potencial de desenvolvimento fantástico. A fogaça é tão boa que anda a ser copiada e a ser encontrada noutros sítios”, avisa Emídio Sousa.
O Agrupamento de Produtores de Fogaça da Feira requereu o registo da fogaça como Indicação Geográfica Protegida e não houve qualquer barreira. Espera-se agora que a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, assine o despacho que seguirá para Bruxelas para que a fogaça feirense consiga tão ansiado estatuto. O presidente do Agrupamento de Produtores de Fogaça, Alfredo Henriques, ex-presidente da câmara, gostaria de ver o despacho governamental com a data simbólica de 20 de Janeiro, dia da Festa das Fogaceiras. O pedido foi feito.
Quanto às inovações gastronómicas, o ex-autarca não tem nada a opor, desde que o pão doce seja respeitado na sua base. “A fogaça deve ser feita segundo a tradição. Neste momento, começam a aparecer novos produtos mas que usam a fogaça já confeccionada”.