Começou por levar a sua "interpretação de tasca" para São Paulo, com a Tasca da Esquina. Agora, o chef Vítor Sobral renova a aposta e abre uma "irmã" da primeira casa. Eis a Taberna da Esquina, que promete vinhos e petiscos portugueses, conservas e outros acepipes.
“As Tabernas são estabelecimentos de convívio, onde o vinho e a grelha são os motivos de encontro", lembra Sobral. Por isso mesmo, além de tudo, reinventam-se e modernizam-se detalhes das antigas casas e taberneiros: paredes decoradas com pipas, balcão de madeira e bancos altos de cortiça, caixas de livros nos tectos, paredes que são estantes para livros de receitas, conservas em destaque.
Faz tudo parte do projecto dos arquitectos portugueses Sofia Duarte e João Mota, que inclui ainda cozinha envidraçada e à vista, à "semelhança do que acontece na Tasca", ou mármore de Estremoz no bar. Nas mesas, brilham as louças brancas da Vista Alegre com copos e talheres de design português a combinarem com travessas de inox, "inspiradas nas que são usadas nas tabernas portuguesas mais populares".
A nova Taberna da Esquina (cruzamento das ruas Bandeira Paulista com Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, no Itaim-Bibi) promete um "conceito diferente" para "mostrar as várias receitas que podem ser feitas com os mesmos produtos”, diz o chef Sobral, que já conta com uma Cervejaria da Esquina em Lisboa, uma Kitanda em Luanda e as Tasca da Esquina na capital portuguesa, SP e João Pessoa.
No menu da nova casa brasileira, não há que enganar: petiscos na grelha, fritos e conservas, "servidos em porções de partilha", vinhos portugueses (alguns a copo). Mas também se juntam outras atracções, de cocktails a bebidas à base de vinhos, como Porto tónico e sangria. Junte-se-lhes uma carta de vinhos com cerca de 70 rótulos portugueses, que vão até aos vinhos do Porto e Moscatel. Cerveja só há uma, a portuguesa Super Bock e mais nenhuma.
Para abrir o apetite, o chef garante as suas versões de bolinho de arroz, pataniscas de bacalhau e legumes com creme de feijão-frade. Na grelha, orelha de porco e vinagrete de cebolas e coentros. Das conservas ("finalizadas na casa com um toque de criatividade", filetes de cavala ligeiramente picantes com abacate e coentros. São alguns dos exemplos mas há também pratos principais em "porções generosas": "O prato da casa será o bacalhau à taberneiro grelhado, sempre preparado com pele e espinha" ou o "bife do patrão - corte de fora da folha da alcatra servido mal passado".
Nos acompanhamentos, podem encontrar-se um feijão verde com amêndoa, uma batata doce assada ou puré de grão de bico. Para acabar em beleza, doces portugueses, da baba de camelo à sopa dourada (com castanha do Pará para um "twist"). E para o remate final: há café Delta e licor de amêndoa amarga ou ginja de Óbidos.