Bodega 1900
Mesmo em frente ao Tickets fica a Bodega 1900, uma vermuteria e bar de tapas, non stop, de perfil mais tradicional, ainda que com uma porta aberta para a criatividade. Aqui aposta-se também na pureza e qualidade do produto, seja fresco, fumado ou de conserva. Conseguir mesa não fácil, pelo que é aconselhável (se não conseguir reserva) chegar antes ou depois da hora de almoço local, ou seja, pelas 12h ou pelas 16h. Berbigões de conserva, presunto pata negra (e afins), alcachofras recheadas com anchovas, alho francês confitado em azeite de amêndoa, ou a pluma ibérica (mal) assada na brasa, são propostas absolutamente a não perder.
Bodega 1900. C/ Tamarit, 91. Encerra ao domingo ?e à segunda-feira
Reserva aconselhável: ?tel: (+34) 933 252 659 ; ?reservas@bodega1900.com
Das 10h30 às 20h.
Disfrutar
Xatruch, Castro e Casañas não é o nome de um escritório de advogados mas sim o apelido dos três chefs principais que, juntamente com Ferran Adrià, defenderam a camisola do El Bulli até ao seu encerramento. Discreto e menos habituado aos holofotes, o trio catalão começou por abrir, em 2012, o Compartir, um restaurante junto à praia de Cadaqués (Girona) que serviria de ensaio para o Disfrutar, um projecto mais ambicioso, junto ao Mercado del Ninot, e um dos restaurantes do momento em Barcelona. De início, havia a possibilidade de escolher à carta, inclusive pratos para partilhar. Contudo, o sucesso foi de tal ordem que hoje funcionam apenas com menus de degustação (68€ e 98€).
Os pratos têm reminiscências “elbullianas”, como não poderia deixar de ser. Porém, se o passado em Roses não foi estático, porque haveria de ser aqui? O resultado é um conjunto de pratos de autor, onde as técnicas actuais se evidenciam com peso, conta e medida. O produto e o sabor estão sempre presentes, mesmo nos momentos surpresa, como nos “nuestros macarrones a la carbonara”, em que uma massa transparente, elaborada a partir de caldo de presunto, é finalizada à nossa frente. O menu vale como um todo, porém, se necessidade houver de sacar um poker de ases apostaria no crocante aero bocadillo de sapateira, no salmonete com papada e gnocchi de beringela, no eleganteshabu-shabu de lavagante e nos pimentos de chocolate com azeite e sal.
Disfrutar. Villarroel, 163. Reservas indispensável: tel.: (+34) 93 348 68 96
Encerra ao domingo ?e à segunda-feira
La Taverna del Suculent
Foi um dos primeiros chicos de Adrià a estabelecer-se por conta própria em Barcelona. Do popular Tapas 24 ao “estrelado” Comerç 24 (neste momento em remodelação), são vários os modelos de restaurante que Carles Abellan tem na cidade, entre espaços próprios e de terceiros.
La Taverna del Suculent é o mais modesto de todos os restaurantes do chef catalão. Trata-se de um bar de tapas, onde se come à barra, enchidos, queijos, tapas e pequenos pratos, acompanhados de um vermute, uma cerveja ou um copo de vinho. É um lugar fora da rota turística e muito frequentado pelos barceloneses, quer seja para um aperitivo ou mesmo para uma refeição mais completa. Para nós foi uma alternativa ao “irmão” Suculent (situado a escassos metros), que nesse dia estava lotado. Porém, embora tenha sido uma segunda escolha, comeu-se de primeira e muito em conta: anchovas de conserva, molejas salteadas, choquinhos com tinta e quinoa, tortilha de camarão — fina, crocante...viciante.
La Taverna del Suculent. Rambla del Raval, 39. Tel.: (+34) 93 329 97 07
Das 13h às 00h30; encerra à terça-feira
Bravo
Nos antípodas da pequena barra da Rambla del Raval está o Bravo, situado no piso térreo do vistoso e moderno Hotel W, desenhado por Ricardo Bofill, junto ao porto de Barcelona. Aqui celebra-se a cozinha catalã com um toque actualizado, ainda que num espírito mais tradicional do que local faria supor. A carta de Carles Abellan percorre uma série de pratos históricos dos últimos cinco séculos de uma cidade que buscava os seus recursos alimentares nas proximidades (mar e terra) e no que chegava de fora, através do porto. Provem-se os fideos a la cazuela, o guisado fricandó barcelonês, uma parrillada de verduras e hortaliças, uma zarzuela de pescado e marisco ou um chuletónde vaca velha.
Bravo. Plaça Rosa dels Vents, 01, ?Hotel W, planta E. Tel.: (+34) 93 295 26 36
Das 13h30 às 16h e das 20h às 23h30. Não encerra.
El Nacional
Quem atravessa o Passeig de Gràcia, já próximo da Gran Via de Los Corts Catalanes, nem até se perde na dimensão de um antigo edifício de arquitectura industrial do século XIX, que, até há pouco tempo, funcionava como parque de estacionamento. Comprado e remodelado pela Subirats, uma empresa ligada ao negócio imobiliário e hoteleiro, o edifício alberga hoje “o maior espaço gastronómico do país” (segundo os proprietários) dedicado ao produto e às cozinhas de Espanha. São quatro restaurantes e quatro barras, numa superfície de 3500 m2, dos quais 1100 m2 reservados a cozinhas e bastidores. Os espaços são temáticos e não se atropelam na oferta: há uma braseria dedicada às carnes, um restaurante de peixes, um espaço de tapas, outro de pastelaria e refeições ligeiras, e barras especializadas em vinhos, cervejas, ostras e cocktails. O lugar impressiona. Não só pela dimensão e organização, como pelo bom gosto e funcionalidade (o design de interiores é do gabinete local, Lázaro Rosa Violán). Porém, igualmente surpreendente é a qualidade e variedade da proposta gastronómica em geral, mesmo em dias de enchente — ainda que a qualidade do serviço patine um pouco.
Para os adeptos da carne, sobretudo de vaca maturada, aconselha-se uma visita à braseria. Deguste uma das “raquetes” de vaca velha, de carne macia e sabor único (sem ponta de ranço). Mas não se fique por esse desporto. Chegue mais cedo, de modo a (tentar) fugir à confusão, e explore o espaço, picando aqui e ali.
El Nacional. Passeig de Gràcia. Tel.: (+34) 935 18 50 53
Das 12h à 1h. Não encerra
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