Fugas - restaurantes e bares

  • Helena Colaço Salazar
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Em Alcaide, os cogumelos são um festival

Por Fugas, Lusa

O Míscaros regressa àquela freguesia do Fundão de 11 a 15 de Novembro. Entre tascas, restaurantes e casas de artesanato, há espaço para workshops, palestras e passeios micológicos, live cookings e até uma oficina de produção de sabão de cogumelo.

Durante cinco dias, o cogumelo será rei e senhor nesta aldeia do Fundão, ditando uma vez mais a programação do festival Míscaros, que este ano começa dois dias mais cedo, prolongando-se de quarta a domingo.

De 11 a 15 de Novembro, haverá então 45 tascas e restaurantes a preparar iguarias com o cogumelo como elemento principal e 15 espaços de artesanato, muitos localizados em casas particulares e espaços improvisados. O objectivo do certame passa não só por ajudar a conhecer e identificar os diferentes tipos de cogumelos, mas também por mostrar todas as potencialidades e possibilidades de utilização daquele fungo, que vão da gastronomia à cosmética.

Para tal, o programa inclui passeios micológicos seguidos de palestras sobre os cogumelos recolhidos e degustações, “conversas miscaninas”, uma conferência sobre os “cogumelos no futuro da inovação biotecnológica”, workshops (de micologia açucarada a sabonetes de cogumelos) e sessões de cozinha ao vivo na arena cooking. No domingo, decorre o já tradicional “mega-almoço” de arroz de cogumelos, às 13h (custa 1€).

Já a animação estará garantida com vários grupos de música a percorrerem a aldeia, desde bombos a gaiteiros, dos grupos de cantares às fanfarras e aos ranchos folclóricos. Durante o festival, as ruas do Alcaide estarão ainda decoradas, num trabalho que é garantido pela organização em conjunto com os habitantes da aldeia e com os alunos do curso de artes do Agrupamento de Escolas do Fundão, bem como pelos próprios “tasqueiros” que concorrem ao prémio do “espaço mais criativo”.

Além deste galardão, a organização atribui ainda o prémio de “melhor prato do cogumelo”, com o objectivo de motivar os participantes a preparem iguarias e produtos à base daquele ingrediente. Nas ementas de edições anteriores constavam, por exemplo, o típico arroz de míscaros, a telha de cogumelos e enchidos, as espetadas de cogumelos ou a feijoada de cogumelos.

O Míscaros, que este ano também terá um espaço dedicado às crianças e onde os pais poderão deixá-las devidamente acompanhadas, também tem uma componente social e solidária, sendo que, no dia 14, às 23h, será promovida a iniciativa “Alcaide Solidário, Juntos por um Amigo”, durante a qual os presentes serão convidados a comprar uma lanterna (semelhante aos balões de São João) para lançar ao céu. Cada uma custará 3€ e o valor angariado reverte a favor da Loja Social do Fundão.

Com um orçamento global de cerca de 40 mil euros para a realização do festival, a organização espera receber ao longo dos cinco dias entre 30 a 40 mil visitantes nacionais e internacionais.

Um festival ecológico

Este ano, a grande novidade não está nas iguarias mas no prato e nos talheres onde serão servidas, que serão feitos de um material à base de folha de cana-de-açúcar. 

“Queremos contribuir para a sustentabilidade ecológica do meio ambiente e reduzir a pegada deixada por este evento. Portanto, o plástico foi banido e também haverá uma forte aposta na reciclagem e separação dos resíduos sólidos”, explicou à agência Lusa Fernando Tavares, presidente da Liga dos Amigos do Alcaide, instituição que promove o certame em parceria com a Junta de Freguesia do Alcaide e com a Câmara Municipal do Fundão.

De acordo com o responsável, os pratos, as tigelas e os talheres de plástico, que eram normalmente utilizados nas edições anteriores, vão dar lugar a um kit com as mesmas peças mas produzidas num material à base de folha de cana-de-açúcar. Já os copos serão substituídos por uma caneca de alumínio que custará 1,50€, ou, em alternativa, por copos de plástico.

“Queremos que todos estejam envolvidos. Às tascas e restaurantes lançámos o desafio de não usarem material em plástico e de separarem o lixo, e aos visitantes pediremos que recorram a uma das alternativas ecológicas, sendo que a caneca pode ser guardada como recordação ou até para usar nas próximas edições do festival”, destacou.

Fernando Tavares explicou ainda que há uma multa prevista para os participantes que transgridam (perdem a caução de 50 euros), mas mostrou-se convicto de que não será preciso aplicar essa regra, já que o sucesso deste festival se deve muito ao “forte empenho e adesão” dos que transformam as suas casas em tascas, restaurantes e espaços de exposição de artesanato.

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