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Vasco Celio/Stills

Seis dias, 51 chefs, o festival voltou cheio de tradição

Por Alexandra Prado Coelho

Vai haver uma noite indiana e outra dos Mestres de Munique, os portugueses vão reinventar os pratos da sua infância e Koschina vai ter de volta todos os que aprenderam com ele. É o regresso do festival Vila Joya – Tributo a Claudia.

Serão menos dias (apenas seis, de 10 a 15) mas nem por isso menos chefs (51 chefs principais, num total de 101 com respectivas equipas). Oito anos depois de ter nascido e de ter recebido os maiores chefs de cozinha do mundo (e depois de uma interrupção de um ano), o festival gastronómico do Vila Joya, Tributo a Claudia, recupera uma escala mais “íntima”, diz Joy Jung, filha da fundadora do hotel de Albufeira e responsável pelo festival.

A ideia é fazer um “regresso às tradições”, misturado com muita criatividade e a celebração de duas datas especiais: o 85.º aniversário do fundador do Vila Joya e pai de Joy, Klaus Jung, e os 20 anos da atribuição da primeira estrela Michelin ao chef Dieter Koschina (que actualmente tem duas).

Para isso, no primeiro dia (terça-feira, 10), o palco — ou melhor, a cozinha — será entregue ao grupo hoteleiro Feine Privathotels, da Alemanha, Áustria e Suíça que, explica a organização, “não é uma cadeia, mas sim um grupo de hoteleiros que compartilham valores e paixões comuns: a noção do que é real, uma paixão pela cultura e joie de vivre”. Destes hotéis virão até ao Algarve nove chefs — um deles, Alexandro Pape, com duas estrelas Michelin, e quatro outros com uma estrela, cujos pratos irão contar precisamente a história desta tradição hoteleira.

No dia 11, a festa chega da Índia e será garantida pelo chef indiano baseado em Londres Alfred Prasad, que foi o mais jovem chef indiano a ganhar uma estrela Michelin no restaurante Tamarind, de onde entretanto saiu para preparar a abertura de um espaço próprio. Prasad — que esteve recentemente em Portugal para apresentar um jantar a convite do resort Martinhal, em Sagres — irá no Vila Joya apresentar “uma recriação festiva do século XXI, uma rotação de pratos seculares de tradições indianas” numa noite que coincide com o Diwali, o festival das luzes celebrado pelos hindus.

Segue-se, a 12, um tributo a Koschina, uma noite que Joy quis dedicar especialmente à conquista da primeira estrela pelo chef do Vila Joya e para a qual convidou a regressar ao Algarve muitos dos que ao longo dos anos passaram pela cozinha do hotel como aprendizes e que hoje estão a trabalhar um pouco por todo o mundo. Serão ao todo 20 chefs que farão pequenas criações em formato de amuse bouche para homenagear o seu antigo mestre.

A sexta-feira, dia 13, foi reservada para um jantar que existe desde a primeira edição do festival, em 2007, e que já se tornou um clássico: Koschina & Friends. Do vizinho Ocean (Vila Vita Parc) virá o também duplamente estrelado Hans Neuner, para além de, de outros pontos do mundo, Mario Lohninger (Restaurant Lohninger, Frankfurt), Jörg Wörther, Gebhard Schachermayer, Martin Klein (Ikarus Hangar 7, Salzburgo), Mathias Seidel (Restaurant Ski-Club Stube Arberg Hospiz, Áustria) e Hans Reisetbauer (Blue Gin).

A noite de sábado oferece aquela que é provavelmente a ideia mais original do festival. Chama-se crEATive Portugal e reúne quase todos os chefs com estrelas Michelin portugueses ou a trabalhar em Portugal (só estão ausentes os que tinham incompatibilidades de agenda nessa data). Cada um deles irá recriar o seu prato favorito da infância. Saberemos assim o que gostavam de comer quando eram crianças Hans Neuner (Ocean), José Avillez (Belcanto), Ricardo Costa (The Yeatman), Miguel Vieira (Fortaleza do Guincho), Miguel Laffan (L’AND), Leonel Pereira (São Gabriel), Benoît Sinthon (Il Gallo d’Ouro), Henrique Leis (do restaurante com o mesmo nome), João Rodrigues (Feitoria), André Silva (Casa da Calçada), Pedro Lemos (restaurante com o mesmo nome) e Dieter Koschina.

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