Diogo Almeida faz gelado de fogaça no Café Castelo, no centro histórico, há mais de dois anos. Uma base simples de gelado com fogaça que se mistura e amolece e chega fria à boca. A textura é quase imperceptível, mas o sabor está lá. Os fornos do Café Castelo são conhecidos por cozerem fogaças regularmente, o gelado é a nova proposta. Para Diogo Almeida, a reinvenção da fogaça não é a subversão de um doce secular. Nada disso. “É a utilização da fogaça para outro fim, o que é uma vantagem.”
Há um ano, o chef Lindolfo Ribeiro criou uma entrada de fogaça e apresentou-a no castelo da Feira. Cortou-a em cubos, barrou-a com molho bechamel para ajudar o presunto a aderir. Uma entrada para uma ocasião especial. O que permanece na sua cozinha é a utilização da fogaça no doce de colher da Confraria das Papas de São Miguel, de Oliveira de Azeméis, da qual faz parte. Nesse doce, barriga de confrade, aproveita-se a parte mais tostada da fogaça na receita que inclui açúcar em ponto, uma dose generosa de gemas, canela e vinho do Porto. “A fogaça diz muito bem com queijos, compotas, mel. Usa-se a fogaça tal e qual ela é, mas é possível dar-lhe outras formas e outros fins.” Palavra de chef.