Fugas - restaurantes e bares

Fernando Veludo / NFactos

Pedro Lemos e a paixão por Champanhe

Por José Augusto Moreira

Com a exigência e a pureza de sabores, o refinamento do gosto acaba por ser uma consequência. Além do critério, criatividade de rigor que o levaram ao reconhecimento da estrela Michelin, Pedro Lemos é também um grande apreciador (nem doutra forma poderia ser) e os champanhes são uma espécie de paixão muito particular. Que quer partilhar com a clientela do seu selecto restaurante da Foz Velha, no Porto.

Na sua carta são já mais de 70 as referências dos vinhos efervescentes da mais famosa região do mundo, ao que se somam os espumantes nacionais, com particular evidência para os bairradinos da Quinta das Bágeiras, outra das suas predileções. 

“Adoro champanhe e está-se a tornar uma perdição a cada viagem”, diz o reputado chef. E, pelos vistos, as viagens à região de eleição de muitos enófilos têm sido muito frequentes. Isto a avaliar pela rara variedade de que dá mostras a carta do seu restaurante. “Em regra, pequenos produtores de grande qualidade, com produções que muitas vezes não vão além das centenas de garrafas”, esclarece. 

Autênticas preciosidades, tal como a casa Doyard que é a mais recente aquisição para a sua lista. À qualidade e singularidade dos vinhos, o chef associa também a sua identificação filosofia do produtor: a simplicidade, o respeito pela tradição e pela natureza. 

Nos onze hectares das vinhas de Doyard (apenas um de Pinot Noir tudo o mais Chardonnay), no coração de Champangne, a agricultura tem o mínimo de intervenção procurando aproximá-la o mais possível das práticas iniciais das doze gerações de produtores. Uma postura de artesãos, que levaram à associação com outros 15 produtores da região, criando o grupo Artesãos de Champanhe

Exemplo maior é a garrafa La Libertine, um blanc de blancs 100% Chardonnay que associa três a cinco colheitas e com estágio mínimo de 10 anos em cave. Procura recriar as características gustativas dos primeiros vinhos efervescente do séc. XVIII e, a par da baixa efervescência, destaca-se pela elevada dosagem, quase doce, que equilibra com admirável mineralidade e persistência de boca. 

Uma das raridades da garrafeira de Pedro Lemos, que chega agora a Portugal através de uma empresa especializada na distribuição de champanhes

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