O próximo ano “será um grande ano para Espanha e uma bomba para Portugal", anuncia o director de relações externas do Guia Michelin em entrevista à agência de notícias espanhola EFE. De acordo com Ángel Pardo, ainda não é desta que um restaurante português conquista a terceira estrela Michelin, mas os galardões atribuídos pelo guia francês a Portugal vão “duplicar”.
As 17 estrelas de 2016 (três restaurantes com duas e onze com uma) vão passar a 34 no próximo ano, confirmava pouco depois o responsável ao blogue Mesa Marcada, referindo que haverá mais restaurantes com uma estrela e outros que passarão para duas estrelas. E esclareceu que entre os que irão receber novas estrelas estão tanto restaurantes que “têm reconhecimento há mais tempo e outros com reconhecimento mais recente, mais transgressores”.
Citada pela EFE, a directora comercial da Michelin Travel Partner, Mayte Carreño, sublinhou que 2017 será “um ano muito bom, o melhor para Espanha e Portugal desde há vários anos, com estrelas muito repartidas e a constatação de que a alta gastronomia não se desenvolve apenas nos destinos já consolidados.”
Uma das questões que se coloca frequentemente em relação ao Guia Michelin – e sobretudo desde a entrada em cena de outras listas, como a muito mediática The World’s 50 Best Restaurants, da revista Restaurant – é se haverá uma abertura a restaurantes com maior nível de informalidade. A resposta habitual dos responsáveis da Michelin é a de que o que é avaliado é apenas o que está no prato, dando a entender que o ambiente e a decoração não são factores essenciais na avaliação, o que pode abrir a porta à atribuição de estrelas a outro tipo de restaurantes.
Foi precisamente isso o que disse à Fugas no final do ano passado, durante a cerimónia de apresentação do guia para a Holanda, o director-geral dos guias Michelin, o norte-americano Michael Ellis. Interrogado, na mesma ocasião, sobre quando é que o guia para Portugal e Espanha poderia ter a cerimónia de apresentação em Portugal, respondeu que “é apenas uma questão de tempo”. E acrescentou: “Não posso garantir nada, mas há coisas excitantes a acontecer em Portugal. É um óptimo país, estamos sem dúvida a olhar para Portugal e a pensar nessa possibilidade. Talvez tenhamos notícias em breve.”
O guia vermelho de Espanha & Portugal 2017 será revelado no dia 23 de Novembro, numa cerimónia em Girona, Espanha. E promete igualmente boas notícias para o país vizinho, que segundo Ángel Pardo terá não só mais um restaurante com três estrelas Michelin, assim como “muitos” dois e “muitíssimos” a receber o seu primeiro galardão.
Em 2016, 14 restaurantes portugueses conquistaram estrelas Michelin. Dos três que têm o galardão máximo, dois ficam no Algarve: o Ocean que tem como chef Hans Neuner, e o Vila Joya, de Dieter Koschina. O terceiro tem um chef português e fica em Lisboa: Belcanto de José Avillez.
Os restantes têm uma estrelas e são o Bon Bon (Carvoeiro), Casa da Calçada (Amarante), Eleven (Lisboa), Feitoria (Lisboa), Fortaleza do Guincho (Cascais), Henrique Leis (Almancil) , Il Gallo d’Oro (Funchal), Pedro Lemos (Porto), São Gabriel (Almancil), Willie’s (Vilamoura) e Yeatman (Vila Nova de Gaia).
