Depois dessa separação, os grãos são torrados, a seguir moídos e, finalmente, a pasta é temperada (com a ajuda de uma máquina que vai alternando temperaturas, um trabalho que, para grandes escalas, não pode ser feito à mão).
Graças à ligação de Tomoko ao Japão, os primeiros chocolates que saíram da Feitoria — que abriu as portas em Dezembro de 2015 — foram para exportação. E hoje, um ano depois, continuam a exportar para o Japão e agora também para a Bélgica. Entretanto começaram a vender em vários sítios em Portugal. Cada tablete custa 5,50 euros, mas este é, lembra Susana, o preço justo a pagar para que o trabalho de quem cultiva o cacau seja compensado. “Um chocolatier em Portugal compra um quilo de chocolate por um preço entre os 9,50 euros e os 12,50 euros. Isso pagamos nós por um quilo de cacau. Há qualquer coisa aqui que não pode estar certa. Aquilo que se está a pagar pelo chocolate devia-se pagar pelo cacau. Porque nos países produtores há pessoas a viver com dois dólares por dia e isso é horrível. Não se pode vender uma tablete por 1,50 euros. Não é possível ter um chocolate barato e permitir que quem o produz tenha uma vida digna.”
Por enquanto ainda é tudo muito novo e a Feitoria está cheia de trabalho (estamos no Natal e há encomendas grandes para despachar), mas o plano de Tomoko e Susana é poder viajar para os países produtores para poder conhecer mais profundamente o trabalho que aí se faz. E um dia, quem sabe, voltar a São Tomé e ensinar a quem trabalha nas roças como se faz chocolate.
Feitoria do Cacao
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