Fugas - restaurantes e bares

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“Com fome de algo novo?” Há mais sabores na Batalha

Por Beatriz Silva Pinto

Do ramen à francesinha, do vinho aos cocktails, é só escolher. Uma nova zona gastronómica no Porto vai ser inaugurada na segunda-feira. É a peça que faltava no District Offices and Lifestyle.

District Offices and Lifestyle é, desde Fevereiro, a casa de 55 empresas. O edifício, localizado na Rua Augusto Rosa, lado a lado com o Teatro Nacional de São João, no Porto, materializa um projecto que, desde o início, quis ligar o trabalho ao lazer.

Na próxima segunda-feira, o District fica completo, com a inauguração da restauração num espaço que, noutra vida, foi uma garagem da PSP. O Tasty District junta nove restaurantes, para os mais diversos gostos e feitios, e promete dar ânimo a uma zona da cidade que, até agora, adormecia cedo.

“Com fome de algo novo?” é o que se pergunta aos portuenses e turistas que divagam por uma das zonas mais movimentadas da cidade. E há múltiplas respostas dentro das portas do Tasty. Há opções para quem se quer demorar numa boa refeição, para quem quer petiscar ou para os que simplesmente querem “pegar e andar”. Mas, para quem tem tempo, vale a pena ficar – na parte de trás das bancas, alonga-se uma acolhedora praça com capacidade para 100 lugares (confortavelmente) sentados. E ainda há planos para a criação de uma esplanada, lá fora, neste Verão.

Para sentar e saborear

No Português de Raça, serve-se o “orgulho de ser português e portuense”, afirma Sónia Sousa, a dona do restaurante especializado em cortes de carne e francesinhas. Não é a primeira experiência de Sónia nestes terrenos – a Tasca Caseira, na Rua das Taipas, também é obra sua.

Mas o que distingue esta francesinha de todas as outras? O molho, que é mais agridoce do que o normal, o pão rústico e a “melhor linguiça do Porto”, da Salsicharia Leandro, a famosa casa centenária do Mercado do Bolhão. Por sua vez, as carnes, sempre portuguesas, são grelhadas na brasa de carvão vegetal. A francesinha XL é feita com pão rústico e custa 11,50 euros. A francesinha normal, com pão de forma, fica-se pelos 7,50 euros.

Mas há mais opções: entrecôte, alcatra, lombo e vazia são os cortes de carne que podem ser saboreados no espaço, desde 9 a 13 euros. E, sem sair de Portugal, o Português de Raça propõe-se a trazer sabores dos países por onde, noutra época, os portugueses passaram. Por isso, na ementa, também vai estar o frango grelhado marinado com temperos africanos e o pastel do Raça, recheado com bacalhau, frango ou carne picada, inspirado no pastel de vento brasileiro. 

Fugir de Portugal sem sair da mesa é também o que o Burgers & Co quer fazer, ao apostar nos tacos de inspiração mexicana, com uma tortilha feita de 100% de milho. Uma dose individual contém três tacos, com carne de vaca, porco ou frango, e vai dos 4 aos 6 euros. A refeição pode, ainda, ser acompanhada por um chilli, por cerca de 4 euros. Mas para quem procura opções mais simples, há vários hamburgúeres e cachorros na ementa.

No Tasty District também cabe um bocadinho de Tóquio. O chef Ruy Leão quis “prolongar” a tasca japonesa SHIKO, do outro lado da rua, e replicar a comida tradicional japonesa que encontrou nos comboios em que viajou no Japão. JAPO é o nome do espaço, que, para além das típicas bentô boxes, traz ao paladar público três tipos de ramen, que têm de ser comidos com uma “espécie de babete”, conta Ruy Leão. Comer ramen é simples: “Cheirar, provar o caldo e sujarem-se todos.”

De modo a tentar replicar, ao máximo, as casas de ramen no Japão, o sushiman abdicou de um pouco de espaço na cozinha, para permitir que três (sortudas) pessoas possam apreciar o seu ramen num pequeno balcão, enquanto assistem à agitação dos cozinheiros. Uma viagem numa refeição, que fica entre 7 e 15 euros.

Já longe da carne e do peixe, o Oreggin serve como uma luva aos vegetarianos ou àqueles que procuram uma refeição rápida e saudável. Neste espaço, em que o ovo é um dos alimentos protagonistas, há opções para vegans, pratos sem lactose e sem glúten. Para além disso, todas as refeições são acompanhados pela identificação dos alimentos alergénicos e pela descrição nutricional (composição e calorias).

Cláudia Rebelo, dona do Oreggin, explica que o uso exclusivo de alimentos biológicos e frescos é uma das suas principais preocupações. “Alguns vegetais até vêm da minha [horta na] varanda”, conta. Com este espaço, Cláudia quis contrariar a ideia de que a gastronomia portuguesa tem de ser “muito calórica e pesada”. O molho de tomate com ovos e a açorda de espargos são algumas das receitas que vão pertencer à carta e a água aromatizada por laranja, lima, limão e hortelã acompanha todas elas. A cada dia, são oferecidos dois menus: um com sopa, prato e bebida e outro com prato, sobremesa e bebida. Os preços variam entre os 6,30 e os 7,40 euros.

Para quem tem sede

No Wine@District, há 130 vinhos para degustar, a maior parte de origem nacional. O espaço quer dar a provar ao público vinhos de “produtores que não são tão conhecidos” e “aconselhar e direccionar os clientes, dentro do seu gosto”, explica Miguel Espírito Santo, um dos sócios. Uma das novidades é o rosé da José Maria da Fonseca – o Wine@District é "o único wine bar da zona Norte que serve este vinho", revela Miguel. Cada copo vai ficar entre os 3 e 10 euros, mas as garrafas podem ir até aos 100. Para acompanhar a bebida, o espaço tem várias tábuas de enchidos e queijos, entre os 9 e os 35 euros.

Cada dia (e noite) vai ser uma surpresa do Pinguim Café. O espaço não vai ter carta e os cocktails de assinatura, com e sem álcool, vão estar sempre a mudar. “Como o espaço é pequeno, hoje trazemos tequila, amanhã trazemos gin, depois trazemos rum. Vamos estar sempre em mutações”, explica Paulo Pires, o gerente do espaço. A única coisa que vai ser permanente, revela, são as margaritas, ideais para complementar o menu mexicano do Burgers & Co.

É a primeira vez que o Pinguim Café extravasa as paredes do pub na Rua de Belmonte e leva as suas bebidas mais longe. Para além dos famosos cocktails, o espaço vai servir cervejas artesanais, com duas cervejas de pressão permanentemente disponíveis.

Para quem passa e não pára

No Walkin’ Chips, três euros dão direito a um cone de batatas fritas caseiras com molho à escolha. José Martins, um dos sócios do projecto, revela que as batatas são “nacionais e cortadas e descascadas” no restaurante. “Os molhos também são caseiros e frescos”, acrescenta. Para além dos molhos simples, há outros elaborados por chefs: um de maionese e cebola caramelizada, outro de maionese e lima com ervas finas e ainda outro de maionese, mostarda e malagueta. Até há a opção de batata-doce, para quem preferir, pelo mesmo preço.

No Tasty District, também há crepes que dão para saborear em andamento. É este o conceito da Maria Palito, que adoptou o crepe suíço, feito com trigo-sarraceno, e trouxe ao Porto um petisco que pode ser doce (com nutella ou compotas) ou salgado (com queijo, chouriço e pimento). O custo fica entre os 3 e 4,50 euros. Para quem se quer sentar para o almoço, há menus que incluem sopa, crepe e bebida da casa entre os 5 e 7,50 euros. Para sobremesa, há 14 sabores de gelado artesanal, produzidos pela Artiframi.

E para a conversa após a refeição ou para comprar uma bebida para levar, o Segrafedo está lá, com vários tipos de café, chás e doçaria caseira. Para sobremesa, há mousse de chocolate, cheesecake (com amoras e framboesas biológicas, vindas de Amarante), tarte de lima e tarte de amêndoa conventual. Tudo entre 2,50 e 3 euros.

O Tasty District vai estar aberto entre as 12h e as 00h, de domingo a quinta, mas às sextas, sábados e nas vésperas de feriado fica até às duas da manhã.

Texto editado por Sandra Silva Costa

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