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Pop-up da Adega Mayor no Chiado convida-nos a pintar a mesa

Por Alexandra Prado Coelho

O chef Nuno Bergonse criou três menus inspirados na pintura, na música e na fotografia para acompanhar os vinhos da Adega Mayor. A descobrir no Chiado, em Lisboa, até final de Julho.

Uma nova identidade visual, um novo espaço no Chiado, em Lisboa – a alentejana Adega Mayor (Grupo Nabeiro) celebra dez anos e traz novidades. Mas, atenção, o Sem Título (assim se chama o espaço na Rua do Alecrim 30B) é um pop-up e quem o quiser conhecer, seja para tomar um copo e comer um petisco, seja para jantar, só tem até 30 de Julho (de quarta a sábado das 18h30 às 24h e domingos das 12h às 15h).

Rita Nabeiro, directora-geral da Adega Mayor, neta do fundador do Grupo Nabeiro, Rui Nabeiro, e formada em Design de Comunicação, sentiu que os dez anos – e 180 hectares de vinha, um milhão de garrafas por ano, 15 referências e duas adegas em Campo Maior, uma das quais desenhada pelo arquitecto Siza Vieira – pediam uma nova imagem, que transmitisse todos os valores ligados ao projecto. E pensou que a melhor forma de a comunicar seria não num único encontro com jornalistas mas durante um mês inteiro e para todos os que quiserem arriscar uma refeição diferente.

Antes de nos sentarmos à mesa, Rita vai avisando que irão acontecer coisas um pouco fora do habitual (avisou também o avô Rui Nabeiro, que mantém sempre um sorriso reconfortante, como que a dizer que confia inteiramente na neta). Para pôr em prática esta ideia, que explicaremos adiante, convidou o chef Nuno Bergonse. É ele quem, na cozinha do Sem Título, está a preparar os pratos de um menu de degustação que tem como mote a pintura e como inspiração a gama de vinhos Caiado.

A ideia, explica Rita, é que a cada semana de Julho o Sem Título apresente um menu inspirado numa arte diferente – a pintura, a música, a fotografia – que corresponde também à filosofia e imagem dos diferentes vinhos da Adega Mayor, criados pelos enólogos Carlos Rodrigues e Rui Reguinga. A cruzar todo o projecto, que acompanhará a introdução de novas colheitas até ao final do ano, está a nova assinatura da marca: “Abre os sentidos”.

A experiência é um desafio também para os clientes, que recebem, juntamente com o pão, tubos de tinta com pimento fumado, couves/trufa/queijo ou tinta de choco para espalhar sobre o vidro da mesa e, voluntaria ou involuntariamente, ir criando uma pintura com a comida: melão com presunto e redução de vinho da Madeira; tártaro de salmão com broa de milho com tinta de choco, couve roxa e abacate (ambos com o rosé de Pinot Noir); polvo com quinoa (Verdelho); e rabo de boi com pickles de manga (Touriga Nacional).

Os pratos são pensados para cruzar sabores e cores e – é precisamente isso que se pretende – “abrir os sentidos”. A sobremesa leva o conceito ao limite e é servida pelo chef e a sua equipa, na mesa, como quem pinta um quadro, neste caso com frutos vermelhos (e, noutro desafio, acompanhado por um dos rosés da Adega Mayor, o Caiado, com as castas Aragonez, Castelão e Touriga Nacional).

Com este espaço e esta comunicação, Rita Nabeiro espera que chegue a mais gente não só o trabalho da Adega Mayor mas a sua filosofia, que passa por dez mandamentos – um deles diz que devemos “colocar o máximo que somos no mínimo que fazemos” e outro lembra que não vale a pena “fazer um vinho que não se possa oferecer a um amigo”.

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