Fugas - restaurantes e bares

  • Justa Nobre com Gonçalo Moreno, à direita, e André Santos, à esquerda
    Justa Nobre com Gonçalo Moreno, à direita, e André Santos, à esquerda Ricardo Oliveira Alves
  • Ricardo Oliveira Alves
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A Ajuda é (novamente) uma casa À Justa

Por Alexandra Prado Coelho

A chef Justa Nobre está de volta ao bairro lisboeta onde tudo começou: a Ajuda. E traz com ela um jovem cozinheiro, Gonçalo Moreno.

Frank Sinatra cantava “I did it my way”. A chef Justa Nobre tem uma forma própria de dizer a mesma coisa: À Justa. É este o nome do espaço que acaba de abrir na Calçada da Ajuda, regressando assim ao local onde, com o marido, José Nobre, abriu o primeiro restaurante O Nobre, local de referência na cidade na década de 90. À Justa não quer dizer que seja apertado (tem 34 lugares), quer dizer que é à maneira dela – e todos os que a conhecem sabem como Justa Nobre é única.

Com o Nobre do Campo Pequeno e o Nobre do Estoril a funcionar, Justa não poderá estar sempre na cozinha do novo espaço, mas Gonçalo Moreno, o jovem chef que escolheu, foi formado por ela, no Nobre do Campo Pequeno, e também sabe fazer as coisas “à Justa” – embora, sublinhe a chef, tenha a liberdade para dar o seu toque pessoal. Ao lado de Gonçalo, estará o subchefe André Santos. E, como escanção, o À Justa conta com Sérgio Antunes, que esteve anteriormente no Loco, de Alexandre Silva.

No final do jantar de apresentação aos jornalistas, Justa e José Nobre estavam à porta, felizes. “Há dez anos que eu andava atrás deste espaço”, explicava a chef. Apesar do sucesso que tiveram noutras zonas da cidade, tinha-lhes ficado a vontade de regressar à Ajuda, um bairro que nunca esqueceram. No número 107 funcionou outro restaurante, há muito fechado, e Justa namorava o espaço há muito tempo.

Pensaram em diferentes conceitos, mas acabaram por optar por fazer uma carta semelhante à do Nobre. Assim, no À Justa, para além da escolha de vários pratos de carne e peixe, pode-se comer alguns dos clássicos de sempre da chef transmontana, a começar pela incontornável sopa de santola (11,80€), o lombo de robalo selvagem com batata, esparregado e cenoura (32,80€), o caril de caranguejo real do Alasca com arroz branco e manga verde (44,80€) ou a perninha de cabrito assada à transmontana com batata salteada e vegetais (32,80€).

Outras opções passam, por exemplo, por um filete de pregado crocante com arroz carolino cremoso de curgete e manjericão roxo (26,80€) ou o lombo de garoupa assada no forno com caldeirada do mar (29,95€) ou um naco de borreguinho com esmagada de brócolos e maçã (24,80€).

Se inicialmente Justa e José não tinham uma ideia muito definida de como seria o aspecto da sala, tudo mudou com a entrada em cena da Santa Fé Orange que se encarregou da decoração, transformando o que poderia ser um espaço banal num ambiente com personalidade e descontraído. No balcão (que fica à direita de quem entra, antes da cozinha), e no tecto, placas de madeira desenham ondas, criando uma impressão de movimento por entre as paredes decoradas com azulejos.

Este regresso de Justa à Ajuda fez-se com festa. No final da noite de apresentação aos jornalistas, estava a estacionar à porta do restaurante uma carrinha de farturas. No dia seguinte, na inauguração, haveria farturas para os convidados. É assim, com esta alegria e vontade de receber bem os amigos de sempre (e os novos, claro), que se fazem as coisas À Justa.  

À Justa
Calçada da Ajuda nº 107, Lisboa
Telf: 213630993 ou 965186459
Horário: das 12h15 às 15h e das 19h15 às 23h. Encerra sábado ao almoço (está aberto ao jantar) e domingo todo o dia.
Preço médio: 40 euros

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