Fugas - Viagens

Laura Haanpaa

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Os “meninos da cidade” vão ver “a província”

Na sala há um recanto todo envidraçado, ideal para todos se sentarem, de preferência à hora do lanche, a conversar ou simplesmente a apreciar a paisagem, enquanto os membros mais novos da família ajudam o senhor Raul e a dona Ana a tratar dos animais, a limpar o estábulo, a dar palha ao burro ou a ajudar na horta.

"Sabe do que é que nós precisávamos? De ajuda para semear a batata", diz dona Ana - e é agora a altura de o fazer, acrescenta. O caseiro tem outras ideias que podem ser transformadas em actividades: ajudar a arranjar as cercas ou tirar a cortiça aos sobreiros. "Que crianças é que sabem que é da cortiça que se fazem as rolhas? Não sabem!", acredita Fernanda Caine, que considera que esta pode ser uma actividade pedagógica que avós e netos podem concretizar em conjunto e divertirem-se.

Mas nenhuma destas tarefas é obrigatória. A Quinta da Montanha deixa ao critério dos seus visitantes as actividades que quiserem, ou não, fazer. A quinta pode ser usada como centro de operações para outras actividades que a família quiser fazer fora de muros.

Propostas para todos
BTT, caminhadas e observação de animais

Ocupar o tempo nas imediações da Quinta da Montanha não é uma tarefa nada complicada. Para os amantes do BTT, por exemplo, não faltam trilhos dentro e fora da quinta. De bicicleta ou de carro, a família pode ir até à Malveira, que fica a poucos quilómetros, e experimentar as Trouxas da Malveira, um doce centenário, feito à base de ovos e açúcar, com inspiração nas trouxas de roupa das lavadeiras, as mulheres popularizadas pela actriz Beatriz Costa no filme "Aldeia da Roupa Branca".

Na Malveira realiza-se semanalmente, à quinta-feira, uma feira de gado, ao ar livre, onde se podem comprar pintos, patinhos, mas também vitelos ou leitões para criar. Além de frutas, vegetais, peixe fresco, vende-se ainda o tradicional pão de Mafra.

Como a Quinta da Montanha é vizinha da Tapada Nacional de Mafra e do Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, as famílias podem aproveitar o fim-de-semana para visitar estes dois espaços. A bicicleta pode ser um óptimo meio para se deslocar dentro da Tapada, onde podem ser vistos gamos, javalis, águias e outros animais. Mas há outras propostas, algumas bem mais excitantes, como a possibilidade de conhecer a floresta durante o crepúsculo e ao amanhecer, através de um pequeno percurso pedestre. Ao longo dessa caminhada, os visitantes poderão ouvir o recolher dos animais nocturnos e o despertar dos animais diurnos ao receber os primeiros raios de Sol. A Tapada vai fazer várias visitas especiais, abertas aos mais pequenos. Para isso, é preciso marcar com antecedência.

O mesmo conselho é dado a quem quiser conhecer o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, onde as alcateias vivem em cercados. Com alguma sorte, podem ser vistos os animais mais sociáveis, que chegam a aproximar-se das redes. Contudo, os lobos podem ser observados a partir de torres de vigia. Para quem gosta menos de animais, a visita a Mafra e ao grandioso palácio de estilo barroco é fundamental.

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