Fugas - Viagens

Adriano Miranda

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Riviera Maia, a sedutora do México

É de resto por causa destas praias de areia a lembrar o pó-de-talco que se diz que este lugar, entre Cancun e a fronteira do México com o Belize, é um pedaço de paraíso. Também lhe chamam Riviera Maia, mas paraíso assenta-lhe que nem uma luva quando se nada nas mansas águas das Caraíbas ou se mergulha junto à segunda maior barreira de coral do mundo, as palmeiras a completar o postal ilustrado. Não é à toa que os casais em lua-de-mel vêm para aqui. O ambiente convida à preguiça dos dias feitos de ficar ao sol e tomar banho no mar azul-turquesa. Nos "resorts" do tudo-incluído a vida corre sem imprevistos, tirando quando um ou outro jaguar escapa da mata contígua e entra hotel adentro, como que reivindicando o direito a usufruir das mordomias reservadas aos hóspedes.

Maravilhas da natureza

É outra das razões por que vale a pena visitar o México: a riqueza da fauna e da flora. Quem chega espanta-se com os lagartos do tamanho de gatos que frequentam sem pudor praias e jardins com gente. "São iguanas", esclarece um empregado do hotel. Depois abre muito os braços: "Os lagartos são maiores". Dos imponentes conjuntos de monumentos pré-hispânicos aos ecoparques de diversões -como Xcaret, que demora pelo menos um dia a percorrer -, aqui a escala é outra. E o ecoturismo começa a dar frutos. Em Sian Ka'an, a onze quilómetros de Tulum, pode visitar-se uma reserva da biosfera que é património da humanidade e pernoitar nas cabanas do parque natural. São mais de 650 mil hectares, parte dos quais podem atravessar-se de barco, por entre os mangais. No "lugar onde nasce o céu", que é o significado do seu nome em maia, moram cem espécies diferentes de mamíferos e 250 de aves. De entre os répteis, o destaque vai para as tartarugas em vias de extinção.

Outro cenário natural de grande beleza na região que permanece por enquanto ainda a salvo da criminalidade violenta que assola grande parte do México é a lagoa Bacalar. Os antigos maias chamavam-lhe a lagoa das Sete Cores, por causa dos seus vários tons de azul. E nada melhor do que aproveitar a vinda para descobrir o Cenote Azul, uma das mais impressionantes piscinas naturais da zona. Sim, pode-se mergulhar. Nadar em galerias subterrâneas é mais uma experiência inesquecível da Riviera Maia. Tal como mergulhar ao pé do maior peixe vivo conhecido, o tubarão-baleia, um animal inofensivo que pode ultrapassar os 12 metros de comprimento. Na época em que eles chegam à costa existem passeios organizados para o efeito.

Para uma noite de animação q.b. ou para resolver ataques súbitos de vontade de ir às compras não é preciso ir até Cancun, cidade que já viveu, aliás, dias de maior segurança. Nas discotecas da pacata Playa del Carmen, uma antiga aldeia de pescadores a cerca de 70 quilómetros de Cancun, dança-se até às tantas e os "souvenirs" são um bocadinho mais diversificadas do que no resto na Riviera Maia. O centro de tudo é a Quinta Avenida, uma rua só para peões repleta de pequenas lojas. Playa del Carmen tem também a única livraria da zona.

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