Fugas - Viagens

Paulo Pimenta

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Ilha do Sal - Quantas boas razões temos para lá ir?

Miragens, portanto, como as que vemos agora, que já voltámos à estrada pedregosa que nos trouxe à Buracona. De repente, no meio da paisagem desértica, julgamos ver água. Aqui, ali, mais além. Estas ilusões de óptica são também amplamente sublinhadas aos turistas no capítulo "como passar o tempo" no Sal.

Até porque, em abono da verdade, não há assim tanto o que fazer na ilha. Excluindo a praia e as milhentas actividades aquáticas que se podem, falta apenas falar de Pedra de Lume. Trata-se de uma pequena povoação que durante anos apoiou o negócio de exploração das salinas hoje a produção é muito menor, mas elas ainda continuam a funcionar. As salinas de Pedra de Lume encontram-se na cratera de um antigo vulcão e são um ponto de paragem obrigatória. Um banho naquelas águas rosadas é uma experiência: devido à elevada concentração de sal na água, o corpo deixa de ter vontade própria e só consegue boiar. Assim que se sai da água, nota-se na pele um rasto de sal branco e finíssimo quem não suportar esta sensação por muito tempo, pode sempre recorrer aos duches de 30 segundos que se compram por um euro (ou cem escudos cabo-verdianos, aceitam as duas moedas) na unidade de apoio instalada uns metros acima.

Não passaram mais de seis horas desde que deixámos o hotel e a ilha está praticamente toda vista. Voltamos a Santa Maria e agora a praia está por nossa conta. Não há muito mais para fazer, mas quem disse que temos de estar sempre a fazer alguma coisa? Neste momento, por exemplo, temos um livro para ler e não o fazemos. Esticamo-nos na espreguiçadeira, fechamos os olhos e aproveitamos até ao tutano cada um dos raios de Sol deste fim de tarde.

(Desconto de tempo. Confesse: depois das dúvidas iniciais, agora até já ficava mais uns dias, não era?)

Quando ir

Na prática, qualquer época do ano é boa para visitar a ilha do Sal, uma vez que as variações climatéricas não são muitas. As temperaturas são quase sempre as mesmas e o vento marca presença o ano inteiro. É altamente improvável que chova, mas, a acontecer esse quase milagre, será entre Agosto e Outubro. Durante o nosso Inverno, algures entre Dezembro e Abril, mais coisa menos coisa, a ilha é invadida por turistas nórdicos. Maio e Junho costumam ser épocas mais baixas. A partir de Julho, há nova enchente: começam a chegar ao Sal outras levas de turistas, que costumam incluir muitos portugueses.

Como ir

A TAP voa para de Lisboa e do Porto para o Sal por cerca de 750 euros. Regra geral, a opção mais económica é optar por um dos vários pacotes no mercado. A Entremares, para saídas nos dias 1, 5, 6 e 8 de Setembro, tem preços a partir dos 499 euros, valor que já inclui as taxas de aeroporto e sete noites de alojamento. Se ainda quiser viajar para a ilha do Sal durante o mês de Agosto, o preço ronda os 789 euros por pessoa, também para sete noites em hotel. Já a Soltrópico tem preços a partir dos 529 euros. As partidas são de Lisboa às sextas-feiras, de 29 de Agosto a 24 de Outubro (para reservas e vendas até 31 de Agosto). O preço inclui a passagem aérea, taxas e sete noites de alojamento.

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