Fugas - Viagens

  • Jardim vertical no centro comercial Dolce Vita Tejo
    Jardim vertical no centro comercial Dolce Vita Tejo Fábio Teixeira
  • Jardim vertical no centro comercial Dolce Vita Tejo
    Jardim vertical no centro comercial Dolce Vita Tejo Fábio Teixeira
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    Jardim vertical no centro comercial Dolce Vita Tejo Fábio Teixeira
  • Jardim vertical no centro comercial Dolce Vita Tejo
    Jardim vertical no centro comercial Dolce Vita Tejo Fábio Teixeira
  • Jardim vertical de Blanc em Paris, no Museu Quai Branly
    Jardim vertical de Blanc em Paris, no Museu Quai Branly DR

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Muros vegetais, um mundo de sinfonias verdes

O próprio não enjeita essa vertente criativa, mas remete-a para segundo plano, definindo-se como botânico, não como artista ou sequer arquitecto paisagista. "O mais importante é saber escolher as plantas que conseguem viver juntas num determinado espaço, durante muito tempo. Porque se os meus muros vegetais têm tanto sucesso e são tão imitados é justamente porque agora, passada mais de uma dúzia de anos das primeiras instalações, se sabe que funcionam. Só depois vem o aspecto artístico, que se prende com a organização dos desenhos das plantas, a forma que assume cada mancha vegetal, o número de exemplares de cada espécie a empregar, a própria perspectiva segundo a qual as pessoas vão perceber a instalação".

Os cenários urbanos podem variar do museu ao centro comercial, passando pela loja de roupa e o parque de estacionamento, mas a verdade é que a técnica, o "método Patrick Blanc", persiste invariável. Não haverá o perigo da repetição, ou algo de semelhante ao sindroma dos arquitectos estrelas, que desenham sempre o mesmo edifício, seja qual for a cidade? Defende-se o botânico: "Em 15 anos desenhei cerca de 300 muros e não há dois em que tenha usado o mesmo desenho e a mesma lista de plantas. Quando se trabalha com o orgânico, o problema da imitação não se coloca, até porque a mesma espécie evolui de forma diferente em sítios diferentes. Por outro lado, estou sempre à procura de coisas novas e agora aproveito imenso os convites que me fazem para dar conferências nos quatro cantos do mundo e enriquecer as minhas pesquisas pelo caminho. No mês passado fui convidado para ir à cidade do México e aproveitei para visitar uma floresta nas redondezas onde vi plantas que conhecia, mas que não sabia que cresciam nas falésias, de modo que agora vou usá-las nas minhas próximas paredes vegetais. Pouco antes, a caminho de uma conferência em Hong Kong, encontrei finalmente uma planta na Malásia, que procurava desde a minha primeira visita em 1971".


As escolhas do botânico

Pedimos a Patrick Blanc para seleccionar obras suas em Paris, cidade onde primeiro e até agora mais interveio, juntando-lhe aquelas que mais marcaram o seu processo de internacionalização. Acabámos, já se vê, a falar da Amadora.


Pershing Hall, Paris 2001

Edifício típico do Segundo Império, antigo quartel-general das tropas americanas em Paris, o Pershing Hall foi mais recentemente convertido em hotel boutique pela mão da consagrada decoradora Andrée Putman. Foi ela quem recrutou Patrick Blanc para cobrir as paredes do seu pátio interior com uma minifloresta subasiática. Foi o projecto que realmente lançou o botânico, como ele próprio faz questão de frisar: "Até então todas as coisas que eu tinha feito caíam no domínio da arte contemporânea ou da intervenção em museus. No Persing Hall pude, pela primeira vez, intervir na arquitectura, visto que se trata de um prédio tipicamente parisiense com paredes de 30 metros de altura. Por isso foi uma intervenção marcante, que veio trazer algo de novo e mexer com a cidade. Também é curioso, e não destituído de uma certa ironia, que essa primeira intervenção urbana tivesse sido encomendada por uma decoradora e não por arquitectos."

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