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Na antiga Tabacalera funcionará o futuro Centro Nacional de Artes Visuais

Na antiga Tabacalera funcionará o futuro Centro Nacional de Artes Visuais Luís Maio

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Outras maravilhas de Madrid, capital do presente e do futuro

Há mais um par de centros autogeridos em Madrid, mas nenhum com a dimensão de La Tabacalera. Será um anacronismo, ou será o futuro, mas é seguramente um assunto na ordem do dia, que está a agitar Madrid. Falta dizer que Belas Artes ocupa o topo nordeste da antiga fábrica de tabacos, onde de momento promove retrospectivas (também gratuitas) de trabalhos dos seus finalistas.

Salesas

É o novo enclave da moda da capital espanhola, a versão madrilena do Soho nova-iorquino e da sua etiqueta bohemian chic. A transfiguração é efectiva, mas tão discreta quanto a demografia selecta a que se associa. Salesas encaixa entre os bairro de Salamanca e da Chueca, mas também fica a meio caminho do luxo corporativo da primeira e da cena gay/alternativa da segunda. Apostando nesse compromisso é hoje, muito provavelmente, a zona mais cool e trendy da cidade. É pelo menos a vizinhança onde menos se dá pelos efeitos da crise e em nenhuma outra parte de Madrid abriram tantas lojas nos últimos dois anos.

Bairro de prédios de quatro e cinco andares, na maior parte construídos no século XIX para alojar a pequena e média burguesia, foi mais recentemente colonizado por gente ligada às artes e às novas profissões, incluindo um punhado de celebridades ( Javier Bardem, Marisa Paredes, Paz Vega). Conservam-se e estão mesmo a ganhar novo fôlego um par de moradas históricas, caso por excelência da peixaria da Fernando VII, onde se abastece metade de Madrid, mas também da taberna La Ardosa (Calle Colón, 13), especializada em cervejas e tortilhas de batata há mais de cem anos. Já os negócios de áudio e vídeo que antes dominavam o comércio por estas bandas (ainda persistem um ou outro) estão a dar lugar a galerias de arte, lojas de design, vestuário, mercearias gourmet e restaurantes seleccionados.

Em Salesas encontram-se lojas de marcas de roupa como as francesas Maje (Conde Xiquena, 7) e Zadig And Voltaire (Almirante 27), a dinamarquesa Vallmai (Fernando VI, 8), bem como lojas multimarcas das quais a mais badalada será a Yube (Fernando VI, 23), que representa Paul & Joe, Moncler e See By Chloé. Aberta há mais de três anos, a Yube é já uma instituição, mas há outras mais recentes ou ainda a chegar, como a casa de malas e acessórios espanhola Malababa (Santa Teresa, 5). Marc Jacob acaba de abrir na Marqués de la Ensenada, mas é por enquanto caso único neste bairro de gente com dinheiro e bom gosto, mas pouco dada à ostentação das grandes marcas multinacionais.

No mesmo comprimento de luxo refinado, destacam-se lojas como E-mio (Campoamor, 9) com artigos originais para crianças, Gaudí (Argensola, 13) livraria dedicada às artes, Cacao Sampaka (Orelllana, 4), especializada em chocolate, e a Amate (Argensola, 6), paraíso para amantes de chá. Não muito longe ficam o Privée (Bárbara de Braganza, 8), o primeiro bar de champagne de Madrid, El Son (Fernando VI, 6), ponto de encontro do mundo da moda, e um punhado de restaurantes na berra, como o Asiana (Travesa de San Mateo, 4), que também é loja de antiguidades asiáticas.

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