Fugas - Viagens

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Recife, onde o sertão se cruza com o mar e o mundo

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GUIA

Como ir
A TAP voa seis vezes por semana para Recife a partir de Lisboa. Os voos saem a meio da tarde, chegam à hora de um jantar tardio e, no regresso, partem à noite e terminam em Lisboa a tempo do pequeno-almoço. Juntamente com a Air Condor, a TAP é a única companhia aérea a fazer ligações directas com a Europa. Na época alta há vários programas na região de Recife, com destaque para Porto de Galinhas.

Onde ficar
A zona onde se encontram os hotéis mais recomendáveis é na zona da Boa Viagem. A desvalorização do real no último ano tornou os preços mais comportáveis — espere pagar uma média de 80/100 euros por noite, em quarto duplo. Na marginal ou nas perpendiculares há um conjunto de serviços capazes de acudir todas as necessidades. E uma viagem de táxi até ao centro raramente custa mais do que 8/10 euros. Olinda fica mais longe, no outro extremo do Recife, e uma corrida pode custar 25/30 euros.

O que fazer
Subir e descer as ladeiras de Olinda é obrigatório. Visitar as suas igrejas e perceber como funciona a arquitectura barroca num contexto tropical também. Percorrer os bairros centrais, com tempo e descontracção, é obrigatório. Cruzar a Rua Direita e apreciar a animação popular é recomendável. E, ao final da tarde, há que aproveitar o extenso passeio à beira-mar na zona da Boa Viagem. Vale a pena fazer um cruzeiro pelas pontes da cidade. A Catamaran Tours, na ilha do bairro de Santo António, cobra 38 reais por viagem (uns 10 euros).

Onde comer
A gastronomia pernambucana, que cruza sabores portugueses, negros e indígenas, é deliciosa e no Recife há mil e uma maneiras de o provar. Carne de sol, macaxeira, queijo coalho, o sarapatel, a cartola, o bolo de rolo, são alguns dos exemplos que exigem perseverança na prova. Restaurantes para o fazer não faltam. O Entre Amigos, que tem dois espaços, um na Boa Viagem, outro no Espinheiro, na zona Oeste, é um bom lugar para se provar bode (cabrito). O Leite, no centro histórico, é um clássico de gastronomia portuguesa e vale também a pena pela patine que o tempo e a história lhe deixaram. No Rio Mar Shopping há um restaurante do chef português Rui Paula que cruza as suas criações com as influências locais. O Bargaço, na Boa Viagem, tem uma soberba moqueca de peixe. Se preferir opções mais populares, tente o Bragantino, no Mercado da Encruzilhada, ou o obrigatório Biruta, na Brasília Teimosa, mesmo em frente ao mar. Em Olinda, vale a pena o conceituado Beijupirá (reserve com antecedência), o Oficina do Sabor ou o Maison Bonfim. Nos restaurantes de topo prepare-se para pagar uma média de 100 reais por pessoa (cerca de 30 euros), pelo menos.

O que comprar
Artesanato e têxteis. Há peças para todos os gostos e para todos os preços. Os artigos mais baratos, desde artefactos de barro a toalhas bordadas, encontram-se no Centro Cultural, uma cadeia recuperada que se situa no centro. Há um centro de artesanato mesmo ao lado do Marco Zero, com obras de qualidade superior. E de preços também.

O que ler
Os Sertões, de Euclides da Cunha, mesmo descrevendo um combate no interior da Bahia, é um livro obrigatório para se aceder à mentalidade dos sertanejos que tanto influencia o Recife. Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire, apesar de questionado nas suas teses sobre a bondade do luso-tropicalismo, continua a ser uma obra essencial para se perceber como é que “um povaréu” de um milhão de pessoas, os portugueses, puderam criar uma unidade cultural e politica da dimensão do Brasil. Além das suas teses, esta obra é de leitura deliciosa. Mais recentemente, a jovem historiadora recifense Kalina Vanderlei Silva publicou Nas solidões vastas e assustadoras que descreve a conquista do sertão a partir de Olinda e do Recife

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