Fugas - Viagens

  • Na Oktoberfest de Munique
    Na Oktoberfest de Munique MICHAELA REHLE / REUTERS
  • Na Oktoberfest de Munique
    Na Oktoberfest de Munique
  • Na Oktoberfest de Munique
    Na Oktoberfest de Munique
  • Bar em Ceské Budejovice, onde nasceu a Budweiser
    Bar em Ceské Budejovice, onde nasceu a Budweiser PAULO PIMENTA
  • Salzburgo
    Salzburgo MICHAELA REHLE / REUTERS
  • Na Oktoberfest de Munique
    Na Oktoberfest de Munique Miguel Manso
  • Dublin
    Dublin PETER MACDIARMID / REUTERS
  • Dublin
    Dublin CATHAL MCNAUGHTON / REUTERS

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Volta à Europa num copo de cerveja

Nazdarovya!

É uma das primeiras palavras que aprendo em polaco, uma vez mais por força do trabalho e muito menos pela sede que me apoquenta. Se é, pelo menos para muitos, de todo improvável que a República Checa ocupe o primeiro lugar no ranking dos consumidores de cerveja, o quinto lugar da Polónia, um país normalmente associado à vodka, também não deixa de surpreender. Um pouco como Varsóvia, a capital que, sofrendo os horrores da II Guerra Mundial, responsável pela sua total destruição, soube reinventar-se, renascer das cinzas para se tornar numa das cidades mais apetecíveis para os admiradores da cerveja e para todos os outros que apenas se focam na sua beleza arquitectónica. Declarada Património Mundial da Humanidade em 1980, a parte antiga é um bom exemplo da metamorfose que experimentou e poucos são os olhares dos turistas que não exprimem prazer quando se deparam com a Praça do Castelo, a coluna do Rei Segismundo recortando-se no centro, ou o Grande Teatro, o maior coliseu da Europa, ou a Praça do Mercado, com as suas casas formosas, a simplicidade das coisas belas em contraste com a megalomania do Palácio da Cultura e da Ciência, um edifício monolítico que ameaça tocar o céu e que foi oferecido pela antiga União Soviética.

Varsóvia é um lugar impregnado de história, carrega uma recordação ainda muito presente da luta dos judeus, do seu martírio, mas que se recusa a viver no passado, embora sem o esquecer. Com uma vida nocturna que atrai cada vez mais gente jovem, é justamente apontada como uma das cidades mais procuradas do mundo pelos amantes de cerveja. Na Polónia, com perto de uma centena de fábricas desta bebida, as opiniões dividem-se (ou não fosse a cerveja um exemplo de democracia) quando se trata de eleger a melhor. Três nomes se destacam, a Zywiec, a Okocim e Tyskie. No fundo, um processo semelhante ao que se passa no mundo: uns não têm dúvidas sobre a qualidade das cervejas belgas, outros preferem as alemãs, outros ainda desfrutam mais com as holandesas. Sento-me na bonita praça, atiro o olhar para as carruagens puxadas por cavalos, prontas a transportar o turista por algumas das ruas e ruelas mais pitorescas de Varsóvia e faço um sinal ao empregado. Começo por uma Zywiec mas a tarde só agora desponta. Não é uma questão de sede, tão-só desejo aperfeiçoar o meu polaco e, ao fim de três cervejas e de outros tantos brindes, ninguém irá perceber o meu sotaque:

Nazdrovya! Nazdrovya! Nazdrovya!

“A boca de um homem totalmente feliz está cheia de cerveja.” É um antigo pensamento egípcio, com mais de 4000 anos, mas que permanece actual. E sexta-feira, dia 1, mais do que nunca, quando se celebrar o seu dia internacional. Talvez haja fortes razões para se festejar de novo no sábado e inventar mais uma data festiva: o dia internacional da ressaca.

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