Fugas - Viagens

  • O Big Ben, em Londres,
é a torre-relógio mais famosa
do mundo
    O Big Ben, em Londres, é a torre-relógio mais famosa do mundo EDDIE KEOGH/REUTERS
  • Na Fundação
Medeiros e
Almeida, em
Lisboa, há
uma peça que
se destaca:
um relógio
monumental
vienense
que terá
pertencido
à imperatriz
Sissi da
Áustria.
    Na Fundação Medeiros e Almeida, em Lisboa, há uma peça que se destaca: um relógio monumental vienense que terá pertencido à imperatriz Sissi da Áustria. João SIlva
  • Museu
do Relógio,
em Serpa;
    Museu do Relógio, em Serpa; Rui Gaudêncio
  • Museu
do Relógio,
em Serpa;
    Museu do Relógio, em Serpa; Rui Gaudêncio
  • Núcleo
Museológico
do Tempo, em
Santarém
    Núcleo Museológico do Tempo, em Santarém João SIlva
  • Em Londres, trabalhadores limpam o Big Ben
    Em Londres, trabalhadores limpam o Big Ben TOBY MELVILLE/REUTERS
  • O Relógio Astronómico
de Praga foi construído em 1410
    O Relógio Astronómico de Praga foi construído em 1410 Tiago Machado

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Ao ritmo das máquinas do tempo

Sabe-se que a peça pertenceu à colecção do médico norte-americano Anton Meinster e que depois da morte deste, em 1965, foi vendido em leilão da Sotheby’s em Nova Iorque. Foi posteriormente comprado em Londres pelo antiquário Wolf Steinhardt, que adquiria peças para a colecção de Medeiros e Almeida. Terá sido o antiquário a ir depois a Viena tentar descobrir a origem do relógio e surgiu aí a informação que aponta para que tenha sido uma encomenda do rei Luís II da Baviera para a sua prima Sissi.

Menos grandiosa, mas também com enorme significado histórico, é outra das peças da colecção Medeiros e Almeida, um relógio de bolso da autoria do prestigiado relojoeiro Breguet, e que foi encomendado a este pelo general francês Junot. Quando Junot se suicidou, em 1813, o relógio regressou à Casa Breguet, tendo mais tarde sido oferecido ao general Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington — que, por ironia, tinha combatido, à frente das tropas anglo-lusas, contra Junot em Portugal durante as Invasões Francesas, tendo-o vencido na Batalha do Vimeiro, em 1808. Divididos pela História, os dois homens acabaram unidos por um relógio. (Alexandra Prado Coelho)

Casa-Museu Medeiros e Almeida
Rua Rosa Araújo, n.º 41, Lisboa
Tel.: 213 547 892
Horário: de segunda a sexta das 13h às 17h30 e sábados das 10h às 17h30 (última entrada às 17h)
Preço: 5€ (gratuito para crianças até aos 18 anos ou durante as visitas ao sábado de manhã; o bilhete para maiores de 65 anos custa 3€)
www.casa-museumedeirosealmeida.pt

Pelo mundo

Big Ben, Londres, Reino Unido

O nome da torre-relógio mais famosa do mundo é, na verdade, o nome do seu sino principal, que nasceu da alcunha de um ilustre inglês da década de 1850, altura em que pela primeira vez ressoaram as icónicas badaladas no alto da torre principal do Palácio de Westminster. No entanto, nem aqui há consenso quanto à origem do misterioso nome, uns atribuindo a Sir Benjamin Hall, então ministro inglês das Obras Públicas, outros a Ben Caunt, famoso campeão de boxe.

Nomes à parte, o relógio de quatro faces brancas cedo se tornou mundialmente conhecido pela sua precisão (“sempre dentro da margem de um segundo”, promete o site oficial do Parlamento britânico) e a torre de ornamentos neogóticos, com 96 metros de altura, no principal símbolo da cidade. A visita ao seu interior — que sobe 334 degraus ao longo dos diferentes pisos até se vislumbrar o Tamisa atrás do gigante mostrador — está, no entanto, interdita a estrangeiros e mesmo os residentes no Reino Unido têm de contactar o deputado da sua área de residência e marcar a visita. Ainda assim, a lista de espera é de, no mínimo, “seis meses”.

Orloj, Praga, República Checa

É provável que o turista comum precise de cábulas para apreender toda a informação que o Relógio Astronómico de Praga consegue dar apenas com um mostrador: a hora local, indicada por um círculo de números romanos dourados; o antigo horário da região da Boémia (ou horas italianas), com o mostrador de dígitos árabes dourados; o horário da Babilónia, revelado pelos doze números árabes negros; o anel com os signos do Zodíaco; os trópicos de Caranguejo e de Capricórnio; a posição do sol; a posição da lua na eclíptica e a face com que se encontra; e, por último, em pano de fundo, o astrolábio (ao centro a Terra, acima do horizonte as horas do dia e abaixo a noite).

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