Poucos centímetros abaixo do mostrador principal — construído em 1410, sendo o mais antigo relógio do género ainda em funcionamento — encontra-se ainda uma réplica do calendário circular parcialmente destruído no final da Segunda Guerra Mundial. No entanto, é ao badalar a hora certa que um outro espectáculo começa: a estátua da Morte move-se e as duas portadas que ladeiam o anjo cimeiro abrem-se, surgindo a figura de cada um dos doze apóstolos. O cacarejar do galo dourado finaliza o espéctaculo, que decorre todos os dias entre as 9h e as 23h.
Hotel Tower, Meca, Arábia Saudita
Erguido em 2012, é actualmente o mais alto e maior relógio do mundo, erguendo-se a 530 metros do chão. A torre, a mais alta do complexo de edifícios Abraj Al-Bait, construído pelo governo saudita, tem uma altura total de 601 metros e impõe-se, colossal, sobre a Mesquita al-Haram, o lugar sagrado mais importante do Islão e principal centro de peregrinação do mundo.
O edíficio, que alberga um hotel de cinco estrelas, um Museu Islâmico e um Centro de Observação Astronómica, é encimado pelas quatro faces do relógio, cada uma com 1849 metros quadrados, sobre as quais desponta ainda um pináculo dourado com 93 metros de altura e, no topo, uma lua crescente. Na base do relógio — de mostradores brancos sobre uma estrutura de dourado barrento que muitos consideraram uma versão kitsch do Big Ben — encontra-se um miradouro, onde os visitantes podem avistar toda a planície envolvente. Milhares de luzes pintam o relógio de verde cinco vezes por dia para sinalizar cada oração diária do Islão, sendo visíveis a cerca de 30 quilómetros de distância. A construção do projecto megalómano, que integra ainda outros seis arranha-céus e demorou quase dez anos a ser construído, esteve quase sempre envolta em polémica, particularmente quando o regime saudita decidiu demolir um forte otomano do século XVIII.