Seguimos depois pela Rua Norberto de Araújo, onde se pode ver o único troço da época islâmica, para a Porta de Alfama, que dava acesso à estrada para Santarém, e depois até à Torre de São Pedro, que no final dos séculos XIV e XV foi usada como prisão. A seguir, o Postigo de São Pedro assinala um dos limites da Judiaria de Alfama (séculos XIV e XV). Passamos ainda pela Porta do Chafariz d’El Rei, e por vários outros pontos, antes de chegar à Casa dos Bicos, onde se podem ver vestígios arqueológicos que mostram a evolução do traçado defensivo desde o tempo dos romanos até à Idade Média. Chegamos por fim à Porta do Mar, importante na defesa da entrada do rio Tejo, e à Porta do Ferro, que no tempo dos árabes ligava à mesquita e depois passou a fazer a ligação à Sé Catedral. (Existe um folheto da CML com toda a informação relativa ao percurso).
Jardim Botânico Tropical
Passamos para período dos Descobrimentos, e o mais natural seria uma visita ao Mosteiro dos Jerónimos. Mas podemos desviarmo-nos um pouco e subir, ao lado do mosteiro, até ao Jardim Botânico Tropical. Não é um jardim do século XVI, foi criado em 1906, mas permite uma outra visão sobre o que foi a relação de Portugal com o mundo, pelos territórios que descobriu e pelas colónias que teve.
O objectivo original deste jardim era promover o ensino agrícola tropical, considerando-se “indispensável o exemplar vivo para que a demonstração seja rigorosamente scientifica e educativa, para que o alumno não fique imaginando somente como são os animaes e os vegetaes, mas tenha a noção viva da realidade”. Assim, podemos explorar sete hectares com cerca de 600 espécies vindas sobretudo das regiões tropicais ou subtropicais de África, América, Ásia e Austrália.
Há árvores vindas de todo o mundo, algumas delas ameaçadas de extinção nos seus habitats, há um Jardim Oriental, homenageando Macau, e ainda as “cabeças africanas” criadas para a Exposição do Mundo Português de 1940, representando os habitantes das várias colónias.
Palácio da Independência
Por esta altura já a fome deve apertar, por isso a ideia é descermos até ao Rossio e almoçar noutro local histórico: o Palácio da Independência, situado no Largo de São Domingos, ao lado do Teatro Nacional D. Maria II, em frente da Igreja de São Domingos (outra visita a não perder) e encostado à Cerca Fernandina.
Foi neste palácio, que na época pertencia a D. Antão de Almada, que se reuniram os 40 conjurados na noite antes da Restauração da Independência de Portugal, que pôs fim ao domínio espanhol, a 1 de Dezembro de 1640.
É preciso entrar no pátio interior para ver à direita as duas chaminés monumentais do século XVII, em forma de cone, a fazerem lembrar as do Palácio Nacional de Sintra. Subindo alguns degraus entra-se no edifício, onde funciona actualmente o restaurante Kantina Chaminés do Palácio, gerido pelo Inatel. O menu muda diariamente, sendo cada dia dedicado à cozinha de uma região diferente de Portugal, e as refeições fazem-se no interior das duas chaminés.
Aqueduto das Águas Livres