Fugas - Viagens

  • Linha Imperial
    Linha Imperial DR
  • O DC3 restaurado em exibição no Museu do Ar
    O DC3 restaurado em exibição no Museu do Ar Enric Vives-Rubio
  • O DC3 restaurado em exibição no Museu do Ar
    O DC3 restaurado em exibição no Museu do Ar Enric Vives-Rubio
  • Linha Imperial
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  • Um velho cartaz TAP
    Um velho cartaz TAP DR

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Nos 70 anos da TAP, também voamos pela história em terra

“Estava todo cinzento, o tecto estava a cair.” Vale a pena consultar o site do AeroClub, que acompanha a recuperação passo a passo, para ter uma ideia do “milagre” aqui feito. Propôs-se à TAP a recuperação do avião, mas “não havia pessoal, não havia dinheiro”, conta-nos Carlos. Depois “apareceram voluntários cheios de vontade de mexer num avião” e criou-se o grupo. A TAP apoiou a ideia, cedendo materiais e oficinas. Mas mesmo trabalhadores da empresa trabalham voluntariamente, fazendo as partes do restauro que lhe cabem fora das horas de trabalhos de manutenção e outros. No grupo, contam-se 71 voluntários fora da TAP, 96 que trabalham para companhia. Houve ainda outras ajudas, como visitas de escolas, alunos que colocaram parafusos e aprenderam história ao vivo.

O avião foi estudado de alto a baixo, dos detalhes mais técnicos às molduras de madeira das janelas ou às formas das alcatifas usadas. Para conseguir “rigor e realismo”, agarraram em referências conhecidas mas também tiveram que “inventar” outras. “Esta curvinha na linha azul da pintura é o que nós achámos que numa época retro se faria assim, porque não há fotografias deste sítio”, “só há três fotografias dentro de uma cabine destas num avião da TAP a preto e branco”. Foram procurar instrumentos antigos, os bancos, os tecidos, as cores, refez-se a casa de banho (era com balde…). Mas “não se sabe tudo”, será este azul, não será?. Mas tenta-se respeitar a história ao pormenor — “o melhor que sabemos”. “Limpou-se a corrosão, levantou-se o chão, andou-se dentro das entranhas do avião.”

E optou-se por um aparelho de duas faces, duas histórias: de um lado, o aparelho voltou ao cinzento metalizado que os seus “irmãos” ostentavam noutros tempos e lê-se Transportes Aéreos Portugueses – Secretariado da Aeronáutica Civil; do outro, mantém-se a imagem da Direcção-Geral da Aeronáutica Civil. Agora estará restaurado e visitável para “40 ou 50 anos”. Ou mais. O certo é que ninguém resistirá a entrar avião adentro e sentar-se num dos bancos durante a visita guiada para sentir-se passageiro desses anos de 1940 (e apostamos que ninguém vai resistir à respectiva selfie..). E será que este avião ainda poderia voar, perguntamos? “Tudo é possível”, responde Carlos.

Enquanto deixamos esta TAP museológica, Adelina, Carlos e companhia continuam atarefados no seu trabalho de preservação da nossa memória colectiva. Cá fora, na parede do museu, uma frase eterna inscrita na fachada deixa o aviso para os tempos que passaram e para os que aí vêm: “O dever da memória”.


TAP 70 anos

O programa de celebrações da TAP inclui várias iniciativas, como um site dedicado ao aniversário, concurso de ideias TAP Creative Lauch, passatempos e promoções, um novo vídeo de segurança ou a preparação de uma outra grande exposição no Mude - Museu do Design e da Moda dedicada ao “design, identidade e imagem da companhia aérea nacional”. Para esta mostra, a empresa está a pedir a todos que tenham “cartazes, objectos ou indumentária da TAP” para entrarem em contacto com os responsáveis pela selecção (via tap70anos.mude@ gmail.com ou T:218171898).

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