Fugas - Viagens

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Birmânia e Tailândia inesquecíveis

 A actual Banguecoque nasceu sob a influência de Aiútia, reunindo duas cidades que foram crescendo em importância — Thonburi e Rattanakosin. Para os portugueses, o bairro e a Igreja do Rosário lembram a vinda de Aiútia. Tratou-se de uma concessão do rei Rama I, como preito de “gratidão à rainha D. Maria I, pela sua amável generosidade, símbolo de boa vontade que não poderá ser esquecido até ao fim do mundo” (1787). Os primeiros edifícios religiosos eram frágeis, só mais tarde foi usado o tijolo, a pedra e a cal. Através de Macau, houve apoio decisivo para a sustentabilidade da comunidade luso-siamesa, o que permitiu que os mercadores portugueses mantivessem influência económica e política em Sião. A feitoria portuguesa e as igrejas do Rosário, da Conceição e de Santa Cruz (Thoburi) são reminiscências da velha amizade.

Na capital tailandesa, a hospitalidade dos embaixadores Luís e Maria da Conceição Barreira de Sousa foi inexcedível, com um pôr do sol muito especial nas margens do rio Chao Phraya, depois do magnífico jantar. O edifício da embaixada é neoclássico, tendo o terreno sido atribuído a Portugal, pelo Tratado de 1820, durante o reinado de Rama II, para a “Feitoria” e residência do cônsul, Carlos Manuel da Silveira. Tratou-se de “um chão que lhe pareceu próprio e conveniente com 72 braças de Sião ao longo do Rio, 50 de fundo com dois gudes para fazer navios com privilégio que todos os Portugueses poderão vir aqui negociar como antigamente, por quanto S. Majestade é Inclinado à Nação Portuguesa que a nenhuma outra». Foi a verdadeira hospitalidade portuguesa capaz de deixar profundas saudades.

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